Doce Deleite



terça-feira, 31 de março de 2009

Carta aberta a D. José Cardoso Sobrinho


Carta aberta a D. José Cardoso Sobrinho, do Apostolado Sociedade Católica, divulgada em 15 de março


Excelentíssimo e reverendíssimo Dom José Cardoso Sobrinho, por graça de Deus e da Sé Apostólica, Arcebispo de Olinda e Recife.


“Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Nosso Senhor disse, com toda a solenidade, essas palavras. A que Ele teria vindo, senão para nos dar a vida nova, fruto de seu augustíssimo sacrifício na Cruz? Por esse ensinamento sobre a sua missão, Jesus também nos comunica a inviolabilidade da vida humana, fruto da bondade de Deus, que quis infundir em nós uma alma imortal, feita à imagem de semelhança Dele.

E, se toda a vida é inviolável, pois fruto da vontade criadora do Pai, da remissão do Filho e da santificação do Espírito, quanto mais a dos inocentes e indefesos embriões e fetos que ainda estão nos ventres de suas mães. A prática abominável do aborto é uma ofensa, em última análise, ao próprio Deus. Pois quem comete um aborto está se colocando diretamente contra a vontade criadora de Deus. É uma prática, além de tudo, cruel. As técnicas empregadas muitas vezes são dolorosas, mesmo para a mãe.

Essa prática maligna a Igreja a condena desde o princípio, e explicitou mais recentemente com o Concílio Vaticano II, na constituição Gaudium et Spes: “Deus [...], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis”(51).

Diante dos fatos ocorridos recentemente, com a divulgada gravidez de uma criança de apenas 9 anos, o Apostolado Sociedade Católica quer se manifestar perante a sociedade, nosso lugar primeiro de missão. Pois nosso desejo de que essa mesma sociedade se torne uma sociedade justa e temente a Deus, segundo os valores da Santa Igreja Católica, nos impele a julgar os fatos, e pulsando com a Igreja, levar a ela a Palavra de Deus.

Portanto, reverendíssimo e excelentíssimo Bispo, como filhos da Igreja, e crendo fielmente nos ensinamentos Dela, que mãe e mestra, nos colocamos de joelhos diante vós. Reconhecemos em V. Ex.ª Revm.ª um legítimo sucessor dos Apóstolos, e por isso mesmo vos prestamos filial obediência.

Nós, membros do Apostolado Sociedade Católica, queremos manifestar nosso total apoio às ações que V. Ex.ª Revm.ª tem tomado diante desse caso, denunciando a barbaridade que foi cometida quando abortaram os embriões gêmeos (mesmo que tenham sido frutos de um estupro, o que de modo algum justifica o aborto). Apoiamos incondicionalmente a explicitação da excomunhão latae sententiae em que incorreram todos os que autorizaram e executaram esse aborto.

Apoiamos a explicitação da excomunhão não porque queremos ser polemistas, ou por ver humilhados perante pena canônica tão séria nossos irmãos e irmãs. Apoiamos porque sabemos que a vontade de Deus foi friamente descartada, ofendida. A vida foi aviltada. E, portanto, com essa excomunhão a Igreja quer mostrar o erro. E quer, sobretudo, chamar os culpados ao arrependimento e à mudança de vida, penitenciando-se.

Do mesmo modo, reverendíssimo e excelentíssimo D. José, queremos prestar nosso total incentivo, impelindo-o a sempre cumprir vosso múnus de ensinar a palavra de Deus, mesmo que seja contra todos os lobos que uivam na noite escura em que o mundo está mergulhado. “O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas” (Jo 10, 12). Quantas autoridades do nosso país não se revelaram como esse mercenário, que tendo ovelhas confiadas aos seus cuidados, ao menor sinal de perigo, fogem. Reconhecemos em vós a figura de Cristo, o bom pastor. Sabemos o quanto é difícil defender as ovelhas do rebanho do Senhor, mesmo porque muitas delas são desobedientes.

Siga firme, Dom José. “In obsequio Jesu Christi”, foi o lema que escolhestes para o vosso episcopado. Saiba que, neste Apostolado, encontrarás filhos fiéis dispostos a ajudá-lo a cumprir esse serviço.

Sim, somos vossos filhos, amado Bispo. E como filhos, o apoiamos incondicionalmente. Conte com nossas orações, para que continue firme diante da Arquidiocese que lhe foi confiada, e para que continue, com vosso cajado, defendendo as ovelhas contra os lobos, ad maiorem Dei Gloriam.

Destes que, ajoelhados ante vós, vos oferecem o apoio e a obediência,


Membros do Apostolado Sociedade Católica.



Equipe Sociedade Católica

Thiago Amorim – Rio de Janeiro - RJ
Leonardo Silvestre – Belo Horizonte - MG
Christiane Forcinito – São Paulo – SP
David de Azevedo – Rio de Janeiro – RJ
Evelyn da Mata – Rio de Janeiro – RJ
Felipe Köller – Piraquara – PR
Fernanda Azevedo – Itaperuna – RJ
Fernando Miyashiro – São Sebastião – SP
João Batista Passos – Alpinópolis – MG
Mariana Santos – São Carlos – SP
Matheus Garbazza – Bom Despacho – MG
Matheus Silva – Conselheiro Pena – MG


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sábado, 28 de março de 2009

Leia a Bíblia - Parte II


"Ler a Bíblia é uma coisa, eu a leio diariamente, interpretar pessoalmente a Bíblia, sem considerar aquilo que sempre foi crido pela cristandade, para formular para si doutrina e moral é outra completamente diferente. Esta é a fonte maldita da miríade de crenças que temos hoje no Cristianismo."

Leia a Bíblia Parte I

Muitas vezes e de diversos modos, outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Depois nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. (Hb 1,1-2).

Viu? A Bíblia mesmo atesta: Deus falou aos pais pelos profetas (Bíblia, Escrituras); agora, nos fala pelo Seu Filho Jesus Cristo. Este transmite aos Apóstolos tudo o que recebeu do Pai. Como? De que jeito?

Aliás, cabe aqui uma pergunta: se é “sola João Ferreira de Almeida” – e quando um protestante diz "Leia a Bíblia", no fundo quer dizer: "leia e interprete livremente a Bíblia e tenha, nela, a sua única fonte de fé" -, por que razão Jesus instituiu doze Apóstolos, andou com eles por três anos e ensinou por parábolas, quando bastaria dirigir-se ao povo dizendo: “Eu confirmo somente a Escritura do Almeida como regra de fé, e mais nada”?

Ouvistes o que foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo... Dessa forma, Jesus está fazendo uma grande brincadeira de mau gosto com os adeptos da “sola João Ferreira de Almeida”! Ele não a estaria contradizendo? “Está na Bíblia, na Bíblia do Almeida, mas eu digo diferente”.

Ler, somente, não representa problema algum. Parece-nos que seríamos contra a leitura da Bíblia e advogaríamos que somente deveríamos escutar a sua recitação. A Missão do Magistério não é, simplesmente, como nunca foi e nunca será, recitar a Bíblia pura e simplesmente para os fiéis, num processo de “decoreba de versículos”. Cabe ao Magistério abrir-nos as Escrituras, quer dizer, interpretá-las, dar-lhes o sentido exato e preciso. Ao fiel cabe escutar, não a recitação, mas a catequese que se faz sobre o texto Bíblico e sobre a Tradição da Igreja.

É ridículo dizer que "a fé entra pelo ouvido" mais do que pelos olhos. Em muitas passagens bíblicas invocadas para sustentar essa tese o verbo ouvir está empregado no sentido de atender/obedecer. É óbvio que sim. O Magistério não apenas lê e explica, mas, igualmente, governa a Igreja. O laicato não apenas ouve e entende, mas, igualmente, obedece seus Pastores. Portanto, o "ouvir" está intimamente ligado à obediência e submissão. A Igreja ensina e pastoreia. A Pedro foram dados a infalibilidade e o Pastoreio Universal ("apascenta as minhas ovelhas; apascenta as minhas ovelhas; apascenta as minhas ovelhas").

Apenas no tenebroso mundo da “sola João Ferreira de Almeida” e do “livre exame” não há lugar para a obediência.

Vamos entrar no contexto de II Cor 3, 6? São Paulo está combatendo a primeira grande heresia do cristianismo: a dos judaizantes. Segundo esta heresia, cada cristão deveria cumprir a lei mosaica para que pudesse ser salvo. São Paulo advogava que, para esta salvação, bastariam os méritos de Cristo (doutrina confirmada por São Pedro no Concílio de Jerusalém descrito em At 15).

Ora, para que alguém aceitasse a doutrina de São Paulo, tinha, necessariamente, que aceitar o seu Magistério oral. Afinal, em nenhuma parte das escrituras hebraicas (únicas existentes até então) se dizia que a necessidade da lei mosaica era transitória e que a mesma era um mero sinal da Nova e Eterna Aliança em Cristo Jesus. Nas Escrituras, dizia-se, apenas, que Deus ordenara a observância daqueles preceitos ao povo. Portanto, toda a controvérsia entre São Paulo e os judaizantes, no fundo e em essência, é um embate entre o Magistério Apostólico (oral) e o texto das Escrituras. Prevaleceu o Magistério.

Talvez seja por isto que, apenas no século XX é que surgiram várias doutrinas "cristãs" como a do arrebatamento e a teoria da prosperidade. Talvez por isto os primeiros cristãos criam em tantas "heresias", como transubstanciação, intercessão dos santos, purgatório, etc..

Mas estes "primeiros cristãos ignorantes", “hereges”, converteram e convenceram o mundo derramando o seu sangue por Cristo; os atuais (que, certamente já podem ler e compreender corretamente o cristianismo), nada mais fazem do que encher programas de televisão pedindo ofertas. O que mais fazem, além disso, mesmo com toda a sua “sola João Ferreira de Almeida”?

O resultado desse livre exame da Escritura Sagrada foi uma quase infinita multiplicação de seitas. Tal sistema instaurou uma verdadeira Babel bíblica. Hoje, há milhares de seitas "evangélicas", cada qual dando uma interpretação diferente do texto sagrado, e todas se proclamando verdadeiras.

No fundo, cada protestante é uma "igreja", não podendo, de fato, existir a Igreja de Cristo. O protestantismo se ergue contra o poder infalível do Papa, e, para combatê-lo, proclama a infalibilidade individual de cada "crente".

Cada um deveria ler a Bíblia, e cada um teria um entendimento diferente da Sagrada Escritura, negando-se, assim, que haja realmente um sentido objetivamente verdadeiro e desejado por Deus. Nega-se, desse modo, que haja "uma só fé". Deus teria feito a Bíblia como uma "Obra Aberta": ela teria milhares de sentidos possíveis, todos possivelmente verdadeiros, mas nenhum exclusivamente verdadeiro e único.

Daí o slogan protestante: "Leia a Bíblia".

Se fosse a leitura da Bíblia necessária para a nossa salvação, certamente Nosso Senhor Jesus Cristo teria dito aos Apóstolos que a lessem, e que ordenassem a todos, sua leitura. Cristo teria ainda ordenado que se distribuíssem Bíblias a todos. Nesse caso, Ele talvez tivesse dito: "Ide e imprimi" em vez de "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes..." (Mt. 28, 19). Ele não ordenou: "Leiam a Bíblia" e nem "Distribuam Bíblias a todos os povos". Nem mesmo afirmou: "Recomendem que todos os homens leiam a Bíblia".

Ele recrimina os fariseus dizendo-lhes: Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim. E vós não quereis vir a mim para que tenhais a vida... (Jo 5,39-40). Na bíblia protestante, “Examinais as Escrituras...”, exatamente no presente do indicativo, e não no imperativo afirmativo. Até conjugação de verbo torcem para falsificarem o sentido do texto. Imperativo afirmativo é “Examinai”, e não “Examinais”.

Por isso, Deus disse no Livro dos Provérbios: "assim como um espinheiro está na mão de um bêbado, assim está a parábola na boca do ignorante" (Prov. 26, 7).

O Espírito Santo apresenta-se como a garantia da presença ativa do mistério na história, que assegura sua realização através dos séculos. Graças ao Paráclito, a experiência do Ressuscitado, feita pela comunidade apostólica nas origens da Igreja, poderá ser vivida sempre pelas gerações sucessivas, na medida em que é transmitida e atualizada na fé, no culto e na comunhão do Povo de Deus, peregrino no tempo.

A Tradição é o rio vivo que nos une às origens, o rio vivo no qual as origens sempre estão presentes. O grande rio que nos leva à porta da eternidade. Neste rio vivo realiza-se sempre de novo a palavra do Senhor, que escutamos desde o início dos lábios do Senhor: Eis aqui que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo (Mateus 28,20). Concluindo e resumindo: podemos, portanto, dizer que a Tradição não é a transmissão de coisas ou de palavras, uma coleção de coisas mortas.

A Escritura no-lo atesta. Toda Escritura é útil... e não “somente” a Escritura é útil. E “somente” a bíblia do Almeida...

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quinta-feira, 26 de março de 2009

O Papa está certo


Edward Green
"Um dos maiores especialistas do mundo no combate à aids diz: “o papa está certo”. Mas essa notícia foi devidamente sonegada dos leitores".

Há coisas que você jamais vai ler na imprensa brasileira porque, dada a sua “isenção” de propaganda, às vezes letal para a inteligência e a verdade, pouco importa a consideração de uma autoridade científica ou religiosa se o que elas dizem não coincide com a metafísica politicamente correta. Aceita-se a chamada pluralidade, mas sem exageros, é claro. Querem ver?

Vocês se lembram que, em Camarões — e, de fato, foi uma mensagem para o continente africano —, o papa Bento 16 afirmou que a distribuição maciça de camisinhas não era o melhor programa de combate à AIDS? E disse que o problema poderia até se agravar. A estupidez militante logo entendeu, ou fingiu entender, que Sua Santidade contestara a eficiência do preservativo para barrar a transmissão do vírus. Bento 16 não tratava desse assunto, mas de coisa mais ampla. Referia-se a políticas públicas de combate à expansão da doença. Apanhou de todo lado. De todo mundo. No Brasil, noticiou-se a coisa com ares de escândalo. Os valentes nem mesmo investigaram os números no Brasil — a contaminação continua alta e EM ALTA em alguns grupos — e no mundo. Adiante.

Se você pesquisar um pouco, vai saber que o médico e antropólogo Edward Green é uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard. Pois bem. Green concedeu uma entrevista sobre o tema. E o que ele disse? O PAPA ESTÁ CERTO. AS EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS CONFIRMAM O QUE DIZ SUA SANTIDADE. Ora, como pode o papa estar certo? Vamos sonegar essa informação dos leitores.

Em entrevista aos sites National Review Online (NRO) e Ilsuodiario.net, Green afirma que as evidências que existem apontam que a distribuição em massa de camisinha não é eficiente para reduzir a contaminação na África. Na verdade, ao NRO, ele afirmou que não havia uma relação consistente entre tal política e a diminuição da contaminação. Ao Ilsuodiario, assumiu claramente a posição do papa — e, notem bem!, ele fala como cientista, como estudioso, não como religioso: “O que nós vemos de fato é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento da AIDS. Não sabemos todas as razões. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação” — literalmente, nas palavras dele ao NRO: “Quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, freqüentemente perde o benefício (dessa redução) correndo mais riscos do que aquele que não a usa”.

Pois é… Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação. E diz que o grande fator para a queda é a redução de parceiros sexuais. Que coisa, não?

NÃO É MESMO INCRÍVEL QUE SEXO MAIS RESPONSÁVEL CONTRIBUA PRA DIMINUIR OS CASOS DE CONTAMINAÇÃO? Pois é... Critico as campanhas de combate à aids no Brasil desde o Primeira Leitura, como sabem. E, aqui, desde o primeiro dia. Há textos às pencas no arquivo. A petralhada que se pensa cheia de veneno e picardia erótica gritava: “Você quer impor seu padrão religioso ao país...” Ou então: “Você não gosta de sexo...” Pois é. Vai ver Harvard escolheu um idiota católico e sexofóbico para dirigir o programa...

Bento 16 apanhou que deu gosto. E apanhou pelo que não disse — e ele jamais disse que a camisinha facilita a contaminação de um indivíduo em particular — e pelo que disse: a AIDS é, sim, uma doença associada ao comportamento de risco e, pois, às escolhas individuais. Sem que se mude esse comportamento, nada feito.

Pois é... O mundo moderno não aceita que as pessoas possam ter escolhas. Como já escrevi aqui certa feita, transformaram a camisinha numa nova ética. E, como tal, ela é de uma escandalosa ineficiência.




Por Reinaldo Azevedo

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quarta-feira, 25 de março de 2009

Missa do 6º ano da Festa de Valda


Eu e Valda
Ano Novo 1992/1993

Ontem à noite, às 19:30, foi celebrada uma Missa na intenção de Valda, pelos seis anos da sua partida para a casa do Eterno Pai.

As leituras da missa foram a do Profeta Ezequiel - 47,1-9.12; o Salmo 45, e o Evangelho de São João 5,1-16.


Antes da benção final, Padre Adriano fez uma belíssima homenagem. O que ele sabia a respeito de Valda foi através de outras pessoas que frenquentam a paróquia, já que faz pouco tempo que ele é pároco de lá. Mas o que ele pode depreender das informações que obteve serviu para ilustrar o exemplo de vida que ela deu como mãe, esposa, amiga... exemplo que segundo ele, deveria ser seguido. Ele traçou um paralelo da sua vida à trajetória de um rio... um rio nasce de uma fonte, desce montanhas, atravessa vales e cidades, sacia a sede; gera vidas por onde passa. No seu percurso encontra obstáculos mas segue adiante, para finalmente, encontrar-se com o mar. Essa chegada até o mar não seria o fim, mas um encontro definitivo.

Valda, desde o seu nascimento, encontrou diversos obstáculos pelo caminho, mas nem por isso deixou de seguir adiante, pelo contrário; por onde passou gerou vidas e saciou sedes. Tal qual um rio caudaloso completou a sua jornada e foi para o encontro definitivo com o Eterno Pai. Pois bem, Valda, em toda a sua existência, cumpriu a sua missão de rio.


A comunhão com os santos

"Comunhão ENTRE as pessoas santas (Sancti)" - designa as "pessoas santas", de sorte que aquilo que cada um faz ou sofre em Cristo e por Ele, produz fruto para todos.

" Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; fazemo-lo ainda mais para confirmar a união de toda a Igreja no Espírito pelo exercício da caridade fraterna". (LG 49)

"... e já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados" (2 Mc 12,46). A nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão por nós.

"É preciso portanto, cultivar a tripla comunhão dos santos, com a Igreja triunfante (honrando os santos do céu), com a Igreja padecente (rezando pelas almas do Purgatório, para que também elas por nós rezem quando ali estivermos), e pela Igreja militante, rezando uns pelos outros".

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segunda-feira, 23 de março de 2009

Argumentos cientícos contra o aborto: “Manifesto de Madrid”.


"O aborto é uma tragédia para a sociedade. Uma sociedade indiferente à matança de bebês é uma sociedade fracassada e doente."

Longe de se esgotar, esse assunto ainda tem muito pano pras mangas. Enquanto se veicular notícias a respeito, principalmente quanto as calúnias levantadas contra um bispo da Igreja de Cristo, não me calarei e irei postar aqui tudo o que eu puder captar, já que a mídia secular está levando a população a acreditar e a absorver todo tipo de mentiras. Infelizmente a maioria das pessoas não possui o devido senso crítico para filtrar as notícias, separando as falsas das verdadeiras.

Hoje em dia dia, para eu acreditar no que leio e no que escuto dos veículos de comunicação, faço uma pesquisa criteriosa para saber se aquilo realmente procede. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas emprenham pelos ouvidos e passam a propagar a mentira aos quatro ventos. Preferem acreditar num mídia espúria que, em conluio com o governo, quer a todo custo, utilizando-se de falsos argumentos, que a vida intra-uterina seja abortada. Além disso recorrem ao AD Homini, para acusar, levianamente, a quem ousa enfrentá-los.

É bem pertinente um comentário que li de um certo Paulo Lopes em um blog, que não me lembro qual. Pode até ser radical, mas serve para mostrar a indignação - também minha - frente aos pró-aborto. Como se não bastasse os existentes, os enrustistos que estavam no armário, resolveram mostrar a cara engrossando suas fileiras, e aumentando ainda mais o coro dos abortistas. Mas vamos ao comentário:

"Esse governo é psicopata junto com todos os abortistas.
Sou favorável a discriminalização do aborto, retroativa, voltando no tempo em que todos os abortistas estavam sendo gestados por suas respectivas mães e abortá-los coletivamente, aí não teriamos mais assassinos abortistas habitando a face da terra pois todos foram abortados"!!!

Mas nem tudo está perdido. Ainda existem pessoas, e não são poucas, que se manifestam contra essa cultura de morte. É preciso que o povo brasileiro se espelhem nesse exemplo e se organizem para fazer valer o direito que todos têm; o direito inalienável à vida, direito esse que está sendo negado ao nasciturno, por razões injustificadas. O Texto a seguir tem como fonte a Jornada Cristã.



"Manifesto de Madri"

«Os abaixo assinados, professores de universidades, investigadores, acadêmicos, e intelectuais de diferentes profissões, ante a iniciativa do Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, de promover uma lei de prazos, assinamos o presente Manifesto em defesa da vida humana em sua etapa inicial, embrionária e fetal e rechaçamos sua instrumentalização ao serviço de lucrativos interesses econômicos ou ideológicos.

Em primeiro lugar, reclamamos uma correta interpretação dos dados da ciência em relação com a vida humana em todas suas etapas e a este respeito desejamos se tenham em consideração os seguintes feitos:

a) Existem demasiadas evidências científicas de que a vida começa no momento da fecundação. Os conhecimentos mais atuais assim o demonstram: a Genética assinala que a fecundação é o momento em que se constitui a identidade genética singular; a Biologia Celular explica que os seres pluricelulares se constituem a partir de uma única célula inicial, o zigoto, em cujo núcleo se encontra a informação genética que se conserva em todas as células e é a que determina a diferenciação celular; a Embriologia descreve o desenvolvimento e revela como se desenvolve sem solução de continuidade.

b) O zigoto é a primeira realidade corporal do ser humano. Depois da fusão dos núcleos gaméticos materno e paterno, o núcleo resultante é o centro coordenador do desenvolvimento, que reside nas moléculas de DNA, resultado da adição dos genes paternos e maternos em uma combinação nova e singular.

c) O embrião (da fecundação até a oitava semana) e o feto (a partir da oitava semana) são as primeiras fases do desenvolvimento de um novo ser humano e no claustro materno não formam parte da sustantividade nem de nenhum órgão da mãe, embora dependa desta para seu próprio desenvolvimento.

d) A natureza biológica do embrião e do feto humano é independente do modo em que se originou, bem seja proveniente de uma reprodução natural ou produto de reprodução assistida.

e) Um aborto não é só a «interrupção voluntária da gravidez» mas um ato simples e cruel de «interrupção de uma vida humana».

f) É preciso que a mulher a quem se proponha abortar adote livremente sua decisão, depois de um conhecimento informado e preciso do procedimento e as conseqüências.

g) O aborto é um drama com duas vítimas: alguém morre e a outra sobrevive e sofre diariamente as conseqüências de uma decisão dramática e irreparável. Quem aborta é sempre a mãe e quem sofre as conseqüências também, embora seja o resultado de uma relação compartilhada e voluntária.

h) É portanto preciso que as mulheres que decidam abortar conheçam as seqüelas psicológicas de tal ato e em particular do quadro psicopatológico conhecido como o «Síndrome Post-aborto» (quadro depressivo, sentimento de culpa, pesadelos recorrentes, alterações de conduta, perda de auto-estima, etc.).

i) Dada a transcendência do ato para o qual se reclama a intervenção de pessoal médico, é preciso respeitar a liberdade de objeção de consciência nesta matéria.

j) O aborto é além disso uma tragédia para a sociedade. Uma sociedade indiferente à matança de perto de 120.000 bebês ao ano é uma sociedade fracassada e doente.

k) Longe de supor a conquista de um direito para a mulher, uma Lei do aborto sem limitações fixaria à mulher como a única responsável por um ato violento contra a vida de seu próprio filho.

l) O aborto é especialmente duro para uma jovem de 16-17 anos, a quem se pretende privar da presença, do conselho e do apoio de seus pais para tomar a decisão de seguir com a gravidez ou abortar. Obrigar a uma jovem a decidir sozinha a tão tenra idade é uma irresponsabilidade e uma forma clara de violência contra a mulher.

Em suma, consideramos que as conclusões que o Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, transladará ao Governo para que fique em marcha uma lei de prazos, agrava a situação atual e não escuta a uma sociedade, que longe de desejar uma nova Lei para legitimar um ato violento para o não nascido e para sua mãe, reclama uma regulação para deter os abusos e a fraude de Lei dos centros onde se praticam os abortos».


Nicolás Jouve (Catedrático de Genética; DNI 1154811)
Francisco Ansón (Escritor; DNI 847005)
Cessar Nombela (Catedrático de Microbiologia; 1346619S)
Francisco Javier do Arco (Biólogo, Filósofo e Escritor; DNI: 00138438-N)
Vicente Bellver (Professor Titular Filosofia do Direito: DNI: 24335564T)
Luís Franco Beira (Catedrático de Bioquímica: DNI é 02.464.829B)

Seguem um milhar de adesões a data de 17 de março de 2009, e seguem aumentando.

PS. O texto foi traduzido rapidamente da língua espanhola, portanto pode conter erros.

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Ataques contra Arcebispo são “cortina de fumaça” de campanha abortista do governo brasileiro


Carmem é seu nome.

Por trás dos ataques contra o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, existe a urgência de esconder graves irregularidades no aborto que praticou à menina de 9 anos. A discussão sobre a excomunhão foi criada intencionalmente por setores abortistas para desviar a atenção da opinião pública.

Segundo o analista Alberto R. S. Monteiro, ninguém se inteirou que a menina foi incomunicada por uma trabalhadora social do Instituto Materno Infantil de Pernambuco em Recife, hospital estatal onde se começaram as gestões para o aborto “legal”; e que empregados do hospital, ao precaver-se que o pai biológico da menina estava disposto a resgatá-la com ajuda do Bispo de Pesqueira, Dom Francesco Biasin, permitiram que uma ONG abortista convencesse à mãe e a menor para transladá-la a uma clínica privada onde finalmente lhe praticaram o aborto.

Monteiro destacou a exagerada cobertura das declarações do Arcebispo de Recife e o silêncio absoluto da imprensa diante dos esforços do pai biológico da menor que sempre se opôs ao aborto de sua filha assim como do Bispo de Pesqueira e alguns de seus colaboradores que foram em procura de auxiliar à menina.

Segundo o analista, o pai da menina esgotou todos os recursos para tirar sua filha do hospital onde a mantiveram incomunicada, apesar que a lei prescreve que qualquer atenção para crianças menores deve contar com a expressa aprovação de seus pais. Pelo contrário, só encontrou resistência e uma trabalhadora social do Hospital não identificada que o enganou dizendo que se não abortasse, a menina morreria.

“Nenhum médico, psicólogo ou outro profissional deu explicações ao pai. A funcionária social manteve incomunicada à menina e enfrentou ao Conselho Tutelar de Alagoinha, povo natal da menina, que pedia deter os procedimentos de aborto.

Quando o pai e os membros do Conselho Tutelar perguntaram pela saúde dos três meninos. A funcionária lhes respondeu: ‘Não há três meninos aqui, só registramos uma, os outros são embriões’, apesar que os gêmeos por nascer já tinham 5 meses de gestação”, revelou Monteiro.

O pai da menor procurou então ao Bispo de Pesqueira, a cuja diocese pertence Alagoinha, para que interviesse no caso. Dom Biasin, a quem a imprensa brasileira não entrevistou, enviou a médicos e psicólogos da diocese para que assistissem a menor mas esta foi transladada a outro local por sua mãe, a quem representantes da ONG abortista Grupo Curumim convenceram da urgência do aborto.

Monteiro considera que o movimento abortista escolheu casos emblemáticos como o da menina de Recife para obter a aceitação do aborto na opinião pública, logo que a imprensa informasse em fins de janeiro sobre as ações que o Ministério de Saúde empreendeu para aumentar o número de abortos legais por violação e má formação fetal.

O jornal Folha de São Paulo informou que o governo de Lula está promovendo os serviços de aborto, equipa hospitais e capacita ao pessoal sanitário para que mais mulheres abortem. Folha considera um grande lucro que as cifras de aborto legal tenham crescido em 43 por cento em um ano. Desde 2,130 casos registrados em 2007 a 3,053 casos até novembro de 2008. “Entretanto, se a população soubesse o que na verdade ocorreu com essa menina o aborto seria ainda mais impopular no Brasil e no mundo”, sustenta Monteiro.

Para o analista, a mentira mais repetida neste caso foi o suposto risco de morte da menina grávida. “A menina nunca esteve em risco de morrer. No Brasil todos os anos se registram 30 mil gravidezes em meninas menores de 14 anos e não se registra nem um só caso de morte a causa da gravidez quando se lhe oferece controle pré-natal e um parto com cesariana”, indicou.

Neste sentido, questionou as pressões de alguns médicos como Carmelita Maia, médica legista do Instituto de Medicina Legal, que sustentaram diante da imprensa a suposta urgência do aborto para a menina. Entretanto, assinala Monteiro que “a doutora Maia cai em uma profunda contradição pois ela mesma afirmou também à imprensa que está fazendo sua tese de violência sexual na Fundação Oswaldo Cruz e tinha feito seguimento a 50 meninas grávidas menores de 14 anos. E quantas destas meninas que ela mesma atendeu morreram? Maia não menciona sequer um caso”.

Segundo Monteiro, “o Governo de Lula está disposto a incrementar o número de abortos legais recorrendo a todos os abusos e mentiras como as que se cometeram com a menina de 9 anos de Recife. Não se deterão diante de nada e nos seguirão falando de uma falsa excomunhão da menina para abusar impunemente de mulheres pobres ou inclusive de meninas pequenas que cairam em desgraça”.

ACI Prensa

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Pretexto para apedrejar a Igreja Católica e promover o aborto



"Em nome do laicismo de Estado e do humanitarismo, a própria pena que inspira a jovem mãe que perdeu os filhos virou paralelepípedo arremessado contra a Esposa de Jesus Cristo".

Por vezes uma imagem é mais didática que um longo arrazoado. Usemos uma, entre outras possíveis.

Suponhamos - queira Deus que nunca aconteça - que um cidadão brasileiro se apresente ante um juiz e renuncie formalmente à sua nacionalidade. Para isto alega um crime hediondo acontecido.

O juiz, então, lhe faz ver as conseqüências legais do ato. Porém o cidadão deste exemplo reafirma seu repúdio do Brasil de modo inequívoco.

O juiz não tem outra alternativa senão constatar que o cidadão não é mais brasileiro.

Quem praticou o ato mais deplorável? O cidadão que renegou o Brasil ou o juiz que agiu segundo a lei?

Obviamente o ex-brasileiro é o mais digno de reprovação. O juiz cumpriu seu dever e merece todo o respeito.
Agora imaginemos os titulares da Internet, TV e jornais, no dia seguinte: “Juiz tira cidadania de brasileiro”. Embaixo as reportagens fazem finca-pé na falta de bondade e misericórdia do magistrado.

As entrevistas interrogam pessoas que já manifestaram oposição aberta às sentenças ou acórdãos do tribunal.

Elas todas, como se fossem membros de um mesmo coro, solidarizam-se com o “coitado” do ex-brasileiro desapiedadamente banido do número dos cidadãos por um juiz sem coração.

Imaginemos ainda que o chefe do coro puxe contra o juiz o qualificativo que ele reputa o pior de seu nutrido e singular repertório: conservador!

E, com grande repercussão midiática, acuse a Justiça de ser pior do que o ex-brasileiro além de estar “atrasada” (outro dos rótulos que ele acha mais depreciativos).

A barulheira da mídia local é ecoada pela mídia nacional. Os fatos objetivos que foram o ponto de partida da história ficam abafados pelo alvoroço.

Jornalistas correm atrás de teólogos da libertação. Eles que pregaram um Brasil desbrasileirado submisso a Havana e Moscou são ouvidos como autoridades imparciais. E descem a lenha no juiz deplorando a cruel sorte do ex-brasileiro que nesta fase do tumulto virou um “injustiçado”.
A mídia internacional reproduz as últimas versões do caso. Desde Paris, jornais como “Libération” ou “Le Monde” tripudiam contra a decisão.

Apresentam-na como o cúmulo dos abusos perpetrados por um Judiciário que raciocina como no tempo da escravidão e não faz a reforma agrária (como se isto tivesse algo a ver com o caso).

Na Itália, certa imprensa multiplica o exagero por mil: Judiciário que vive na Idade Média, Inquisição queima-hereges; Torquemada sem entranhas nem escrúpulos.

Na Suíça, um famoso teólogo heterodoxo pede a renúncia do Supremo Tribunal Federal e a convocação de uma Assembléia universal número 3 para mudar todas as leis.

Bem fiquemos por aqui neste exemplo que parece história de doidos.

História de loucos?

Não. É o que está acontecendo. Basta trocar os personagens fictícios pelos verdadeiros.

É fácil. Uma equipe médica assassina dois gêmeos por nascer de uma juveníssima mãe violada. O arcebispo de Recife (o juiz do exemplo) constata que o Código de Direito Canônico (equivalente ao Código Civil e Penal brasileiro) define que os autores de esse crime moral se auto-excluíram da Igreja.

E o resto, o leitor perspicaz já intuiu.

O que há por trás dessa armação política, midiática pseudo-compassiva?

Na prática, é a Igreja Católica e a doce autoridade de Jesus Cristo que estão sendo apedrejadas à luz do dia.

Vários dos apedrejadores já antes lhe tiraram paus e cascalho de noite ou quando ninguém olhava. Agora não fazem cerimônia.

Em nome do laicismo de Estado e do humanitarismo a própria pena que inspira a jovem mãe que perdeu os filhos virou paralelepípedo arremessado contra a Esposa de Jesus Cristo.

E as crianças assassinadas?
O Sinédrio da mídia e o coro de seus entrevistados não têm pena delas.

Até comemoram sua rápida eliminação despedaçadas, ou aspiradas, ou envenenadas. Em fim, abortadas.

Choram e rezam por elas, isso sim, os brasileiros de coração reto, que amam a vida, a Santa Igreja Católica e veneram a dignidade do juiz que cumpriu seu dever.

Eles compreendem que esta terra é um vale de lágrimas, beijam uma imagem de Nossa Senhora implorando-lhe que o Brasil nunca deixe de ser a Terra de Santa Cruz.

Fonte: Valores Inegociáveis

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19:10.
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quinta-feira, 19 de março de 2009

Protege a Minha Vida



A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) lançou uma campanha com o lema “Protege a minha vida”, destinada a promover a luta contra o aborto. A Igreja Católica no país vizinho celebra a 25 de Março uma “Jornada pela vida”.
O cartaz da campanha (30 mil exemplares distribuídos nas paróquias e centros católicos) apresenta um bebé e um lince ibérico, espécie protegida, com uma pergunta “E eu?”.
Para os Bispos, as alterações legislativas em estudo no país “darão lugar, se aprovadas, a uma situação em que aqueles que vão nascer ficarão ainda mais desprotegidos do que com a actual legislação”.
A CEE lamenta que “a aceitação social do aborto esteja a aumentar”.
“Na nossa sociedade é cada vez maior a sensibilidade sobre a necessidade de proteger os embriões de diversas espécies animais. As leis tutelam a vida dessas espécies nas suas primeiras fases de desenvolvimento. É bom que assim seja, embora acabe por ser paradoxal que a vida da pessoa humana que vai nascer seja objecto de uma desprotecção cada vez maior”, dizem os Bispos católicos de Espanha.
"Aqui no Brasil não é diferente. Desde 1980 o Projeto Tamar protege a vida das tartarugas marinhas. Nas áreas de desova, são monitorados 1.100 km de praias todas as noites durante os meses de setembro a março, no litoral, e de janeiro a junho, nas ilhas oceânicas, por pescadores contratados pelo TAMAR. São chamados tartarugueiros, estagiários e executores de bases. São feitas a marcação e a biometria das fêmeas, a contagem de ninhos e ovos. A cada temporada, são protegidos cerca de catorze mil ninhos e 650.000 filhotes.
Se alguém destruir algum desses ninhos ou apenas um único ovo de tartaruga, sim, unzinho só, comete crime contra a fauna, espécie de crime contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/93).
Mais notícias sobre esse projeto leia o artigo: Projeto Tamar, Projeto Matar: O aborto".

O governo espanhol quer permitir o aborto livre legal dentro de um prazo de gestação limitado, como já ocorre em diversos países europeus.

Atualmente, o aborto é permitido no país durante as primeiras 12 semanas de gestação em caso de estupro, 22 semanas em caso de má-formação do feto, e sem limite de tempo em caso de risco físico ou psíquico para a mãe.


Fonte: Agência Ecclesia.
Conferência Episcopal Espanhola:

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22:42.
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Governo está colaborando para o aumento da pedofilia?



"A família natural — que é composta por um homem e uma mulher unidos em compromisso conjugal — é o único lugar certo para a criação e proteção de crianças".

Há casos de pais biológicos que estupram as próprias filhas? Sem dúvida. Mas esses casos raríssimos estão muito longe de ser padrão.

A pedofilia é muito mais comum em lares sem a proteção do pai biológico, que é o maior e mais ferrenho defensor de sua família. Os estupradores de meninas dentro de famílias são geralmente padrastos, homens que não têm nenhuma ligação biológica com as filhas da mulher com a qual estão.

Os exemplos são inúmeros. Quem é que conseguirá tão cedo esquecer a menina de 9 anos que, estuprada pelo padrasto em Pernambuco, ficou grávida de gêmeos? O padrasto, que vivia com a mãe dela, acabou se aproveitando da menina de 9 anos e de sua irmã um pouco mais velha.

Ele é o único padrasto do mundo a ficar interessado nas filhas da mulher? Infelizmente, não.

A partir do momento em que uma criança fica longe de seu pai e mãe biológicos, os riscos aumentam. Podem ocorrer vários tipos de abusos. Há o caso em que um conselho tutelar tirou os filhos de uma família, por uma questão do método de disciplina dos pais, e entregou as crianças para um casal adotivo, que acabou abusando sexualmente delas. Há também os famosos casos de orfanatos estatais, onde crianças eram abusadas aos milhares. E quem não se lembra da menina de quatro anos que o Estado entregou a um “casal” homossexual? A menina encontra-se agora traumatizada por abusos sexuais. Esses são apenas três exemplos onde a participação do Estado em crimes contra as crianças é direta e inegável.

O Estado não consegue proteger tão bem as crianças quanto seus pais legítimos. Se a família não tiver condições de proteger seus próprios filhos, então muito menos o Estado. Por isso, é fundamental que, em vez de tentar substituí-las em suas importantes funções, o Estado fortaleça e proteja as famílias.

O divórcio e a promiscuidade sexual destroem a estrutura da família, expondo os adultos a problemas físicos e emocionais e expondo as crianças aos mesmos problemas, com a adição do risco do abuso sexual.

A estrutura da família natural, que precisa ser conservada intacta, é semelhante ao corpo humano. Quando um membro fica doente e é amputado, o corpo nunca mais funcionará de forma saudável e normal. Quando há um divórcio e o pai biológico é substituído por um padrasto ou amante, a família deixa de ser natural e intacta e nunca mais será normal. Pode haver exceções raríssimas, mas os exemplos negativos são abundantes.

É claro que, com relação ao corpo, o governo não cria leis e políticas que facilitam a amputação dos membros do corpo. Pelo contrário, o que existe é uma preocupação para que iniciativas de prevenção médica evitem tanto quanto possível a dolorosa e extrema solução da amputação.

Um governo saudável criaria incentivos para o casamento e penalidades para os que fazem escolhas moralmente nocivas e prejudiciais à ordem familiar. Entretanto, é o próprio governo que vem facilitando os divórcios e tornando o casamento quase que obsoleto.

Com o descaso estatal para com a estrutura familiar e para com o casamento, as pessoas entram hoje em vários relacionamentos sexuais, onde as mulheres têm às vezes um filho de cada amante, e o resultado são justamente os casos de abuso infantil.

A mulher de hoje, que está liberada – pelo Estado – da estrutura familiar tradicional, pode livremente se envolver sexualmente com um homem, ter uma filha com ele e depois se envolver com outros homens. As chances de sua filha não ser abusada num desses relacionamentos não são pequenas. O governo e a mídia chamam tudo isso de “liberação” da mulher.

Em vez de proteger as mulheres e suas filhas desses riscos, aplicando penalidades para a irresponsabilidade sexual de homens e mulheres e criando incentivos para o casamento e família natural, o governo realiza imensas campanhas de contracepção, onde a mensagem clara é: “Não se preocupe com casamento nem com filhos. Faça sexo à vontade!”

Homens, totalmente despreocupados com casamento, fazem sexo com uma multidão de mulheres, sem se importarem com os filhos que são gerados. Sexualmente, eles são os grandes beneficiários das políticas governamentais que promovem a irresponsabilidade sexual. Mulheres fazem sexo à vontade sem se preocuparem com o futuro e a segurança dos filhos que lhes são gerados. É um jogo de poder onde o Estado sai fortalecido, à custa do bem-estar das crianças e suas mães.

Desde que parou de cumprir sua função principal de punir criminosos – os mais de 50 mil brasileiros assassinados por ano são um poderoso atestado da total incompetência do Estado brasileiro – e passou a querer substituir à força o papel do pai na família, o papel de Deus na sociedade e o papel das igrejas nas comunidades, o Estado vem representando ameaça tão grande quanto a ameaça dos próprios criminosos que era sua função castigar.

O Estado, que devia castigar estupradores de crianças com pena capital, dá educação sexual pornográfica nas escolas e a pena capital do aborto para as meninas estupradas. O Estado, que não consegue impor a lei e a ordem diante do elevadíssimo número de assassinos no Brasil, impõe verdadeira ditadura nos relacionamentos da família, facilitando divórcios, adultérios, promiscuidade sexual, nascimentos ilegítimos, etc. O Estado, que se diz tão anti-pedofilia, fomenta e apóia a mídia pornográfica do Brasil.

Tragédias estão no encalço das ações governamentais que interferem na estrutura da família intacta. Uma das tragédias é justamente o aumento da violência doméstica, cujas estatísticas, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, não envolve exclusivamente os membros da família natural. Quando vêem notícias sobre violência doméstica pela TV, as pessoas imaginam que é assunto ligado diretamente à família natural.

No entanto, a violência doméstica, quando apresentada pelo Estado e por sua mídia comprada, engloba, muito além da família normal, casais amigados, casais divorciados, casais promíscuos, mães solteiras, etc. Se o governo separasse as famílias normais nos resultados finais dessas estatísticas, ficaria muito óbvio que o foco do problema são as “famílias” onde não há a presença do pai biológico.

Mas o governo não faz essa importante distinção e ainda usa as estatísticas de violência doméstica para justificar maior intrusão nas famílias intactas.

Em vez de dar soluções, o Estado gera problemas para as famílias. Se impusesse restrições ao divórcio e promiscuidade sexual e proteção para a família intacta, a menina de 9 anos e muitas outras meninas não estariam sendo criadas por padrastos, mas pelo pai legítimo.

Depois que cria seus próprios problemas, o Estado propõe mais “soluções”. Depois que a menina de 9 anos engravidou de gêmeos, o Estado, com a cumplicidade da mídia esquerdista, explicou para a população que matar os gêmeos estava nos melhores interesses da menina. O Estado lhe deu aborto como solução.

O Estado, que está abortando milhões de famílias naturais com suas políticas insanas de divórcio fácil e sexo fácil, agora traz o aborto diretamente no colo de meninas novas. É o governo especialista na destruição de valores morais, famílias e meninas.

Políticas governamentais que afastam as crianças de seus pais biológicos são ou não uma forma de entregá-las de bandeja para situações de risco sexual?

Políticas governamentais que priorizam o sexo fácil, mas não a sacralidade do casamento e da família natural intacta, expõem ou não crianças a situações de abuso sexual?

Políticas governamentais que impõem a pornografia dentro da sala de aula e através da TV como educação sexual e entretenimento são ou não uma forma de abuso sexual, preparando as crianças para muitos outros abusos?

É quase impossível ver tais indagações na TV, que é hoje cúmplice das intrusivas políticas governamentais voltadas para a sexualização precoce das crianças.

Mas na hora em que surgem os problemas que eles próprios cultivaram, eles têm a cara de pau de aparecer para apontar para o público suas soluções, que mais tarde trarão mais problemas, que mais tarde trarão mais de suas soluções, etc.

É um infindável círculo vicioso, onde o Estado pró-pornografia escolar incha e se fortalece, onde a mídia pornográfica incha e se fortalece, porém onde as famílias sofrem e as crianças gemem.

O Estado está ilegalmente ocupando o lugar central de Deus na vida das pessoas, substituindo o papel de liderança dos pais nas famílias e substituindo o papel de reabilitação das igrejas. Mas quando as famílias colocarem suas esperanças em Jesus Cristo, o Rei do universo, haverá solução para tudo, pois Jesus é a única solução. Enquanto confiarem no governo para tudo, as famílias continuarão a viver muitos problemas, pois o maior problema do Brasil é o próprio governo do Brasil.

Eu tenho esperança. Um dia, o Estado opressor gemerá e a mídia totalitária chorará, mas as famílias e as crianças se alegrarão.

Júlio Severo

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Esclarecimentos da Arquidiocese de Olinda e Recife



Esclarecimentos da Arquidiocese de Olinda e Recife sobre o artigo publicado no L Osservatore Romano, sob o título "Dalla parte della bambina brasiliana"


A respeito do artigo intitulado "Dalla parte della bambina brasiliana" e publicado no LOsservatore Romano no dia 15 de março, nós abaixo assinados, declaramos:

1. O fato do estupro não aconteceu em Recife, como diz o artigo, mas na cidade de Alagoinha (Diocese de Pesqueira). O aborto sim foi praticado em Recife.

2. Todos nós - começando pelo pároco de Alagoinha (abaixo assinado) - tratamos a menina grávida e sua família com toda caridade e doçura. O Pároco, fazendo uso de sua solicitude pastoral, ao saber da notícia em sua residência, dirigiu-se de imediato à casa da famíla, onde se encontrou com a criança para lhe prestar apoio e acompanhamento, diante da grave e difícil situação em que a menina se encontrava. E esta atitude de seu durante todos os dias, desde Alagoinha até Recife, onde aconteceu o triste desfecho do aborto de dois inocentes. Portanto, fica evidente e inequívoco que ninguém pensou em primeiro lugar em "excomunhão". Usamos todos os meios ao nosso alcance para evitar o aborto e assim salvar as três vidas. O Pároco acompanhou pessoalmente o Conselho Tutelar da cidade em todas as iniciativas que visassem o bem da criança e de seus dois filhos. No hospital, em visitas diárias, demonstrou atitudes de carinho e atenção que deram a entender tanto à criança quanto à sua mãe que não estavam sozinhas, mas que a Igreja, ali representada pelo Pároco local, lhes garantia a assistência necessária e a certeza de que tudo seria feito pelo bem da menina e para salvar seus dois filhos.

3. Depois que a menina foi transferida para um hospital da cidade do Recife, tentamos usar todos os meios legais para evitar o aborto. A Igreja em momento algum se fez omissa no hospital. O Pároco da menina realizou visitas diárias ao hospital, deslocando-se da cidade que dista 230 Km de Recife, sem medir esforço algum para que tanto a criança quanto a mãe sentissem a presença de Jesus Bom Pastor que vai ao encontro das ovelhas que mais precisam de apoio. De tal sorte que o caso foi tratado com toda atenção devida da parte da Igreja e não "subrigativamente" como diz o artigo.

4. Não concordamos com a afirmação de que "a decisão é árdua... para própria lei moral". Nossa Santa Igreja continua a proclamar que a lei moral é claríssima: nunca é lícito eliminar a vida de um inocente para salvar outra vida. Os fatos objetivos são estes: há médicos que explicitamente declaram que praticam e continuarão a praticar o aborto, enquanto outros declaram com a mesma firmeza que jamais praticarão o aborto. Eis a declaração escrita e assinada por um médico católico brasileiro: "(...) Como médico obstetra durante 50 anos, formado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, e ex chefe da Clínica Obstétrica do Hospital do Andaraí, onde servi 35 anos até minha aposentadoria, para dedicar-me ao Diaconato, e tendo realizado 4.524 (quatro mil quinhentos e vinte e quatro) partos, muitos de menores de idade, nunca precisei recorrer ao aborto para "salvar vidas", assim todos os meus colegas íntegros e honestos em sua profissão e compridores de seu juramento hipocrático. (...)".

5. É falsa a afirmação de que o fato foi divulgado nos jornais somente porque o Arcebispo de Olinda e Recife se apressou em declarar a excomunhão. Basta ver que o caso veio a público em Alagoinha na quarta-feira, dia 25 de fevereiro, o Arcebispo se pronunciou na imprensa no dia 03 de março e o aborto se deu no dia 04 de março. Seria demasiado imaginar que a imprensa brasileira, diante de um fato de tamanha gravidade, tenha silenciado nesse intervalo de seis dias. Assim sendo, a notícia da menina grávida já estava divulgada nos jornais antes da consumação do aborto. Somente então, interrogado pelos jornalistas, no dia 3 de março (terça-feira), o Arcebispo mencionou o cânon 1398. Estamos convictos de que a divulgação desta penalidade medicinal (a excomunhão) fará bem a muitos católicos, levando-os a evitar este pecado gravíssimo. O silêncio da Igreja seria muito prejudicial, sobretudo ao constatar-se que no mundo inteiro estão acontecendo cinqüenta milhões de abortos cada ano e só no Brasil um milhão de vidas inocentes são ceifados. O silêncio pode ser interpretado como convivência ou cumplicidade. Se algum médico tem ""consciência perplexa" antes de praticar um aborto (o que nos parece extremamente improvável) ele - se é católico e deseja observar a lei de Deus - deve consultar um diretor espiritual.

6. O artigo é, em outras palavras, uma direta afronta à defesa pela vida das três crianças feita veementemente por Dom José Cardoso Sobrinho e demonstra quanto o autor não tem bases e informações necessárias para falar sobre o assunto, por total desconhecimento dos detalhes do fato. O hospital que realizou o aborto na menininha é um dos que sempre realizam este procedimento em nosso Estado, sob o manto da "legalidade". Os médicos que atuaram no aborto dos gêmeos declararam e continuam declarando na mídia nacional que fizeram o que já estavam acostumados a fazer "com muito orgulho". Um deles, inclusive, declarou que: "Já fui, então, excomungado várias vezes".

7. O autor arvorou-se ao direito de falar sobre o que não conhecia, e o que é pior, sequer deu-se ao trabalho de conversar anteriormente de modo fraternal e evangélico com o Sr. Arcebispo e, por esta atitude imprudente, está causando grande confusão junto aos fiéis católicos do Brasil. Ao invés de consultar o seu irmão, preferiu acreditar na nossa imprensa muitas vezes anticlerical.

Recife (PE), 16 de março de 2009.

Pe. Cícero Ferreira de Paula
Chanceler
Arquidiocese de Olinda e Recife

Mons. Edvaldo Bezerra da Silva
Vigário Geral
Arquidiocese de Olinda e Recife

Pe. Moises Ferreira de Lima
Reitor do Seminário Arquidiocesano

Dr. Márcio Miranda
Advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife

Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha (PE)
Diocese de Pesqueira

Fonte: AOR

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A Propósito de uma excomunhão



"Desde que se tornou conhecida, pela divulgação na mídia, a declaração do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, de que incorreram na pena de excomunhão os que executaram e consentiram no aborto dos gêmeos que esperava a menina de 9 anos de Alagoinha (PE), estuprada pelo padrasto, têm faltado pedras para atirar no referido prelado e na Igreja Católica. Chocou o Brasil a notícia da gestação da menina pernambucana. Mas, em relação ao aborto praticado, o que mais choca é a distorção de fatos, de modo a se justificar a morte dos gêmeos, aproveitando-se também o episódio para se condenar a Igreja Católica por sua intransigência.

Interessante notar que os mesmos que defendem ferrenhamente a separação da Igreja e do Estado, em nome do laicismo, não admitindo que a Igreja se manifeste em defesa da vida por ocasião da discussão judicial sobre o aborto, são aqueles que, no presente episódio, vêm prescrever o que a Igreja deve dizer ou pensar sobre seus dogmas e doutrina, lembrando muito a incoerência voltariana do Tratado da Tolerância: devemos tolerar todos, menos “a infame” (a Igreja Católica).

Eis os fatos, segundo os testemunhos do Conselho Tutelar de Alagoinha e do pároco da cidade: em que pese o parecer unânime do referido conselho, contrário ao aborto, e da vontade inicialmente manifestada pelo pai e pela mãe da menina pela preservação da vida dos netos, a pressão de uma assistente social, com a transferência da menina para outro hospital, o aborto foi realizado, com a maior rapidez, para evitar discussões, sempre sob o argumento, altamente discutível, de que a gestação levaria fatalmente à morte da mãe e das crianças. E qual foi a declaração do tão criticado arcebispo? Que o crime do aborto é mais grave do que o crime do estupro, estando os que o praticaram, e consentiram na sua realização, excomungados “ipso facto”.

Eis o direito aplicável à hipótese: a) Código Penal Brasileiro — ainda que seja crime, o aborto não se pune quando a gestação resulta de estupro (art. 128, II); b) Código de Direito Canônico da Igreja Católica — a excomunhão “latae sententiae” é aquela na qual incorre o fiel católico pelo simples fato de praticar o aborto, independentemente de processo e sentença expressa, em face da extrema gravidade do delito (cc. 1314, 1318 e 1398); para o fiel católico, a excomunhão significa ficar privado de receber os sacramentos (c. 1331, § 2º); pode ser levantada se estiver arrependido e houver se confessado (cc. 1355, § 2º, 1357, § 1º, e 1358, § 1º).

Ou seja, o que dom Fernando Cardoso Sobrinho fez foi apenas esclarecer que, pelo ato que praticaram, os que provocaram o aborto da menina de Alagoinha deixaram de participar da comunhão da Igreja Católica. Podem voltar a ela? Claro, desde que arrependidos do gravíssimo pecado que cometeram e devidamente perdoados pelo sacramento da confissão.

É questão de coerência. Ninguém é obrigado a pertencer à Igreja. Mas se o faz, deve estar de acordo com sua doutrina, defendida em sua integralidade pela Igreja Católica por mais de dois milênios. Diante de tantas contemporizações, sempre se buscando atenuar as exigências do Evangelho, não é demais lembrar, como dizia um santo de nosso tempo, que não é a doutrina de Cristo que deve se adaptar às épocas históricas, mas os tempos é que se devem abrir à luz do Evangelho.

Diante de tão triste episódio, só podemos nos solidarizar com a dor imensa da menina estuprada e obrigada a abortar, lamentar o sacrifício de duas vidas humanas, e nos colocar ao lado de dom José Cardoso Sobrinho, para, junto com ele, receber as pedras que ainda continuarão a ser atiradas nele e na Igreja Católica pela intransigente defesa da vida humana."

Ives Gandra da Silva Martins Filho
Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST)


Fonte: Correio Brasiliense.
Brasília, quinta-feira, 12 de março de 2009

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Dom José Cardoso Sobrinho, o mártir em defesa da vida.


Pe Luiz Carlos Lodi, concedendo uma entrevista
"O aborto, além de ser uma monstruosidade maior que o estupro, causa um trauma adicional à mulher violentada".


Prezado Dom José Cardoso Sobrinho,

Louvada seja Aquela que nos trouxe o Autor da Vida!

Aqui em Roma, em meio aos estudos de Bioética, desejaria ter mais calma para escrever esta carta de elogio à sua brilhante atuação como pastor diante da Arquidiocese de Olinda e Recife. Temo, porém, pecar por omissão se deixar para depois algo que deveria escrever hoje em apoio à sua defesa da vida de três crianças.

Sim, três são as crianças que o senhor defendeu: uma menina de nove anos, violentada pelo padrasto, e duas crianças gêmeas geradas neste ato de violência.

Em meu trabalho pró-vida, várias vezes deparei-me com casos de adolescentes ou crianças vítimas de estupro. Enquanto as feministas ofereciam aborto, nós, cristãos, oferecíamos acolhida, hospedagem, assistência espiritual e acompanhamento durante a gestação, parto e puerpério.

As crianças geradas em um estupro costumam ser alvo de um carinho especial de suas mães. Longe de perpetuar a lembrança da violência sofrida (como dizem alguns penalistas), o bebê serve de um doce remédio para o trauma do estupro. Podendo doar o bebê após o parto, elas se assustam só de pensar em ficar longe dele. Tremem ao se lembrar que um dia cogitaram em abortá-lo.

O aborto, além de ser uma monstruosidade maior que o estupro, causa um trauma adicional à mulher violentada. A idéia do aborto como "alívio" para o estupro é uma falsidade que deveria ser banida dos livros de Direito Penal.

A imprensa que acusa o senhor teve o cuidado de não revelar como o aborto foi feito. E com razão. Pois enquanto os defensores da vida mostram com alegria a linda criança concebida em um estupro, os abortistas não podem mostrar os restos mortais dos bebês que foram assassinados. Em se tratando de dois bebês de quatro meses, é possível que os médicos tenham feito uma cesariana para extraí-los do ventre materno. E depois? Depois, devem tê-los jogado no lixo, esperando que morressem. Uma cena nada agradável, nem digna de quem professa a Medicina. Os autores desse assassínio precisaram ter o sangue frio de um algoz para olhar nos olhos de suas duas vítimas abortadas. Mas é a pura realidade.

Outro argumento usado pelos abortistas é que a menina-mãe, por causa de sua tenra idade, não poderia levar até o fim a gravidez. Por isso, o aborto seria "necessário" para salvar a vida dela. Evidentemente, como o senhor sabe, tudo isso é mentira. A menina não estava prestes a morrer nem o aborto se apresentava como a "solução". Uma gravidez como a dela exigiria um acompanhamento adequado. Médicos que honrassem o seu juramento fariam tudo para salvar os gêmeos, esperando que eles chegassem a uma idade gestacional em que poderiam sobreviver a uma operação cesariana. Afinal, para que servem as nossas UTIs neonatais?
Talvez os bebês morressem espontaneamente durante a gravidez. Mas os médicos não carregariam a culpa por esse aborto espontâneo.

Aos que levianamente criticam o senhor, defendendo o aborto como meio para salvar a vida da mãe, eu proponho o seguinte caso:

Suponhamos que, de fato, o aborto pudesse "curar" alguém. Façamos de conta que, em alguma hipótese, o aborto seja "terapêutico". Estaríamos diante de um caso semelhante ao de uma mulher que, oprimida pela fome durante o cerco de Jerusalém (ano 70 d.C), matou e devorou o próprio filho recém-nascido. O episódio é narrado pelo historiador Flávio Josefo. O raciocínio é o mesmo. Se a mulher não matasse seu filho, ambos morreriam de fome. Ao matá-lo, pelo menos uma das vidas foi salva.

Quem aplaude o aborto como meio para salvar a vida da mãe, deve, por coerência, aplaudir a atitude desse mulher que matou o filho para salvar a própria vida.

O senhor sabe muito bem - mas há muitos que não sabem e não querem saber - que nunca é lícito matar diretamente um inocente, nem sequer para salvar outro inocente. Por isso, o senhor está de parabéns por ter cumprido sua missão, que não é a de matar, mas a de dar a vida por suas ovelhas.

Permita-me agora referir-me a uma das mentiras que estão sendo apregoadas. A grande imprensa vem apregoando que, no caso da pobre menina de nove anos, o aborto foi legal. Ora, isso é absurdo. Não há aborto "legal" no Brasil, assim como não há furto "legal". Nossa Constituição, que protege o direito à propriedade (por isso, não há furto "legal"), também reconhece a inviolabilidade do direito à vida (por isso não há aborto "legal"). O que os médicos fizeram, aos olhos da lei penal, foi um crime. Ocorre que, nem sempre a pena é aplicada ao criminoso. Há hipóteses, chamadas de "escusas absolutórias", em que a pena não se aplica, embora subsista o crime. Um exemplo típico é o do furto praticado em prejuízo de ascendente, descendente ou cônjuge (art. 181, CP). Quem pratica tal furto (por exemplo, o filho que furta do pai) comete crime. No entanto, por razões de política criminal (como a preservação da intimidade da família) em tal caso o furto não se pune. Analogamente o aborto, que é sempre crime, tem dois casos em que a pena não se aplica: I - se não há outro meio (que não o aborto) para salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido do consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (art. 128, CP).

O médico que pratica aborto em ambas as hipóteses comete crime. A lei não autoriza a praticar o crime, mas pode deixar de aplicar a pena após o crime consumado.

Como, porém, houve crime, faz-se necessário um inquérito policial. A polícia, indiciando os médicos e outras pessoas envolvidas, verificará se de fato foram preenchidos os requisitos para a não-aplicação da pena. Em outras palavras: verificará se a atitude dos médicos, além de ilegal e criminosa, é também passível de sanção penal.

Pode ser que o delegado de polícia chegue, por exemplo, à conclusão - nada improvável - de que o consentimento da mãe da menina foi obtido mediante fraude ou coação. Nesse caso, uma vez comprovada a invalidade do consentimento, a conduta dos médicos se enquadrará no artigo 125 do Código Penal (aborto provocado sem o consentimento da gestante), cuja pena é reclusão de três a dez anos.

Se os genitores da menina gestante foram vítimas de fraude ou coação, será possível ainda acionar judicialmente os médicos requerendo uma reparação civil de danos. Claro que nada repara a perda de duas vidas, nem o trauma sofrido pela menina de nove anos submetida ao aborto, mas uma indenização serviria como meio de advertência para os profissionais da morte.

Escrevo tudo isso para dizer que o senhor está do lado, não apenas da lei de Deus, mas também da lei dos homens. O senhor é digno de aplausos pela Igreja Católica e pelo direito positivo brasileiro.

Peço que o senhor não desanime. Estamos do seu lado. E, mais ainda, o Senhor da Vida está do seu lado!

Os ataques que o senhor sofre por todos os lados, até mesmo por pessoas de dentro da Igreja, fazem-me lembrar o que predisse Jesus: "Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra. Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares" (Mt 10,34-36).

As injúrias, as perseguições, as calúnias, tudo isso que o senhor está fazendo deve ser para nós, não só motivo de dor, mas motivo de grande alegria. Com efeito, assim se pronunciou Jesus na última das bem-aventuranças:

"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus,
pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós" (Mt 5,11-12).

Parabéns, Dom José Cardoso Sobrinho!
Subscreve o seu admirador, pedindo-lhe a bênção.

O escravo de Jesus em Maria,
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
Pró-Vida

"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

Fonte: Veritatis Splendor

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sábado, 14 de março de 2009

Não reclamem ao Bispo


"Estou com a minha consciência tranquila. Não podia prever essa reação em nível nacional e internacional, mas remorso sentiria se tivesse ficado em silêncio".


Entrevista com Dom José Cardoso Sobrinho, concedida a revista Veja, nas páginas amarelas. Pelo menos um órgão da imprensa abriu um espaço para que o arcebispo pudesse desfazer todo esse mal entendido em que ele foi injustamente acusado. Também pode ratificar tudo o que disse antes, sem medo de ser caluniado por seus detratores. Mas há ainda quem tem a capacidade de distorcer os fatos, pegando textos isolados, fora do seu contexto, para mais uma vez, atirar pedras no Bispo.

Ao longo de 2 000 anos de história, duas forças, ora conflitantes, ora complementares, moldaram a Igreja Católica: a doutrina do amor e o amor pela doutrina. Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, é sem dúvida um homem da segunda força. Aos 75 anos, pequenino e orgulhosamente teimoso, ele reitera ponto por ponto as declarações que o transformaram na figura mais criticada no caso da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto que engravidou de gêmeos e fez um aborto legal. A excomunhão dos adultos envolvidos é exigida pelas leis da Igreja, diz dom José, que considera ter cumprido o seu dever. "Estou tranquilíssimo", repete nesta entrevista, concedida na casa da arquidiocese na presença de outras cinco pessoas – um advogado, uma psicóloga, um médico e sua mulher, e um vigário. "Eles estão me dando apoio", explicou.

Por que o senhor acha que tantas pessoas, católicas em sua maioria, ficaram revoltadas com a sua posição no caso da excomunhão dos adultos envolvidos no aborto da menina violentada?

Em primeiro lugar, nós temos de colocar essa questão no âmbito religioso. Acreditamos em Deus? É sim ou é não. E eu suponho que a grande maioria das pessoas acredita. E acreditar em Deus significa aceitar que Deus é a origem de tudo e é também o nosso fim. Essa é uma verdade fundamental. É premissa importantíssima para dizer que a lei de Deus está acima de qualquer lei humana. E a lei de Deus não permite o aborto. Então, se uma lei humana está contradizendo uma lei de Deus, no caso, a que permitiu a operação, essa lei não tem nenhum valor. Quanto ao que você afirma, sobre as pessoas estarem revoltadas, tenho de dizer que também houve um clamor grande, eu diria enorme, de autoridades de Roma a meu favor. Tenho sido insultado, claro, mas hoje mesmo recebi uma carta de Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos em Roma, em que me elogia.

"Hitler queria eliminar o povo judaico e dizem que ele chegou a matar 6 milhões de judeus. Por que nós vamos ficar em silêncio quando estão acontecendo 50 milhões de abortos no mundo?"

O que o senhor diria aos católicos que condenaram sua atitude?

Antes de tudo, quero deixar bem claro que não fui eu que excomunguei os médicos que praticaram o aborto e a mãe da menina. Isso é falso. Eu não posso excomungar ninguém. Eu simplesmente mencionei o que está escrito na lei da Igreja, o cânone 1 398, do Código de Direito Canônico, que está aí nas livrarias para qualquer um ler. Por essa lei, qualquer pessoa que comete aborto está excomungada, por uma penalidade que se chama latae sententiae, um termo técnico que significa automática. Então, não foi dom José Cardoso Sobrinho quem os excomungou. Eu simplesmente disse a todos: "Tomem consciência disto". Qualquer pessoa no mundo inteiro que pratique o aborto está incorrendo nessa penalidade – mesmo que ninguém fale nada. Quem é católico sabe que na primeira carta de São Paulo a Timóteo, no capítulo II, está escrito: Deus quer que todos sejam salvos.

Por que estupradores não são também automaticamente excomungados?

A nossa santa Igreja condena todos os pecados graves. O estupro é um pecado gravíssimo para a Igreja, assim como o homicídio. Agora, a Igreja diz que o aborto, isto é, o ato de tirar a vida de um inocente indefeso, é muito mais grave que o estupro, que o homicídio de um adulto. Qualquer pessoa inteligente é capaz de compreender isso. Eu não estou dizendo que o estupro e a pedofilia são coisas boas. Mas o aborto é muito mais grave e, por isso, a Igreja estipulou essa penalidade automática de excomunhão.

Em que outros casos se aplica a excomunhão automática?

No Código de Direito Canônico anterior, promulgado por Bento XV, havia cerca de quarenta motivos para a excomunhão automática. Em 1983, sob a autoridade de João Paulo II, foi publicado um novo Código. O atual os reduziu a apenas nove. São eles: o aborto; a apostasia, que é quando a pessoa abandona a religião; a heresia, que acontece quando uma pessoa nega um dogma da Igreja; a violência física contra a pessoa do papa; a consagração de um bispo sem a licença do papa; o cisma; a absolvição por um sacerdote do cúmplice de um pecado da carne; a violação direta do segredo da confissão; e a profanação das hóstias consagradas.

O que a Igreja e o senhor pessoalmente ofereceram à menina, em matéria de apoio material e espiritual, caso não fizesse o aborto?

Agradeço muito essa pergunta. Essa criança residia na diocese de Pesqueira, na cidade de Alagoinha, no interior de Pernambuco. Quando aconteceu isso, o bispo de Pesqueira me informou que a menina seria trazida para o Recife. Ele e eu queríamos fazer o que fosse possível para salvar a vida dela e a dos filhos que ela concebera. Nós tivemos várias reuniões com nossos advogados para saber o que poderíamos fazer para impedir o aborto. Pedimos audiência ao desembargador, e ele ligou para várias varas da infância e da juventude para tentar fazer algo. O pai da menina esteve também nesse encontro e declarou ser contra o aborto. Ele é analfabeto, mas repetiu desde o começo que não estava de acordo. Fez até uma procuração para o nosso advogado e assinou. Quer dizer, assinou não, pôs o dedão lá. Então, nós fizemos tudo o que foi possível.

Foram oferecidos abrigo, sustento material, uma eventual família adotiva?

Repito mais uma vez: essa menina é residente em outra cidade, portanto, em outra diocese. O bispo de Pesqueira foi quem acompanhou tudo de perto. O padre de lá deu toda a assistência possível. A menina não tinha nenhum problema de necessidade material nem passava fome. E, se acontecesse o parto, a cidade de Alagoinha iria ajudar. A menina não ficaria abandonada. A nossa santa Igreja iria ajudar. Nós temos aí abrigos para os pobres. Mas eu queria voltar a insistir no fato de que estamos sempre tentando cumprir a lei de Deus. E o quinto mandamento diz: não matar. Então, não é lícito, para salvar uma vida, eliminar a vida de dois inocentes. O fim não justifica os meios. Eu posso ter uma finalidade ótima, salvar a vida daquela menina grávida. O meio para chegar lá pode ser usar todos os recursos da medicina. Mas nunca, jamais, eliminar a vida de um inocente para salvar a vida de outro. O aborto é um crime nefando.
"Eu diria (à menina): já passou. Procure praticar a religião. Seria tão bom se as criancinhas fossem como antigamente, quando nem tinham uso da razão mas já sabiam rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria"

O senhor esteve com ela alguma vez?

Não consegui. Quando eu soube do caso, passei o dia todo, das 7 da manhã às 10 da noite, trabalhando na tentativa de evitar a operação. Mais tarde, eu estava me dirigindo ao primeiro hospital onde a menina foi internada, no interior do estado, para tentar convencer a família a desistir do aborto, e eis que tive uma surpresa. Um médico amigo me telefonou para dizer que um grupo de mulheres chamadas feministas tinha convencido a mãe a assinar um documento em que assumia a responsabilidade pela filha e autorizava a sua alta. Ela então seguiu para outro hospital, no Recife, onde o aborto foi feito já no dia seguinte. Eu fiquei muito angustiado.

O senhor sabe como era a vida da menina dentro da casa onde ocorriam os estupros?

Com licença, esses detalhes eu não sei. Se alguém tiver interesse, o caminho mais curto é ligar para o padre da cidade de Alagoinha e perguntar.

Qual é o nome dela?

A menina... Como se chama? (A pergunta é dirigida às cinco pessoas que acompanharam a entrevista a pedido do arcebispo; ninguém sabe responder.)

Como o senhor se sente em face das críticas e dos ataques que vem recebendo?

Eu quero dizer que estou com a minha consciência tranquila. Cumpri o meu dever. Não podia prever essa reação em nível nacional e internacional, mas remorso eu sentiria se tivesse ficado em silêncio. Humanamente falando, é muito mais cômodo cruzar os braços e fechar os olhos. Eu estou tranquilíssimo. Espero que os fiéis católicos se conscientizem da gravidade de um aborto. Nós sabemos que no mundo inteiro acontecem 50 milhões de abortos por ano. No Brasil, há 1 milhão a cada ano. Quero lembrar o que aconteceu na II Guerra Mundial. Hitler, aquele ditador, queria eliminar o povo judaico e dizem que ele chegou a matar 6 milhões de judeus. Não podemos esquecer esse delito. Agora, eu pergunto: por que vamos ficar em silêncio quando estão acontecendo 50 milhões de abortos no mundo? Eu chamo isso de o holocausto silencioso. E nós, cristãos, não podemos ficar quietos.

Do ponto de vista da doutrina da Igreja, qual é a situação da menina?

Ela não foi excomungada, porque essa sentença só se aplica a maiores de idade. Essa menina vai ser recebida na paróquia dela para ter instrução religiosa. Eu não sei se fez a primeira comunhão. Se ela tiver consciência de algum pecado, vai se confessar e receber o perdão. Não existe pecado sem perdão para aqueles que se arrependem, inclusive para os que incorrem na excomunhão. A Igreja só aplica essa penalidade para levar a pessoa à conversão ou, se era católica antes, à nova conversão. Se a pessoa se converte, a Igreja tem poderes para absolvê-la.

Se o senhor ficasse frente a frente com a menina, o que diria a ela?

Eu diria: o que aconteceu já passou. Daqui para a frente, procure praticar a religião com os meninos da sua idade, ir para a igreja e aprender o catecismo. Seria tão bom se as criancinhas fossem como antigamente, quando nem tinham uso da razão mas já sabiam rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria.

Se encontrasse o padrasto que a violentou, o que diria a ele?

Eu iria procurar convertê-lo. Iria perguntar se reconhece que errou e se está arrependido. Eu não sei onde ele está, se está preso, sei lá. Mas, se tivesse a oportunidade de visitá-lo, diria a ele que pedisse perdão a Deus. Iria ajudá-lo a fazer uma oração pedindo perdão.

O senhor acredita que uma educação religiosa poderia ter evitado o estupro?

Certamente. E o aborto também. Soube esses dias de um caso parecido, mas que teve um desenrolar muito diferente. É uma menina de 12 anos, do Rio Grande do Sul, que também engravidou assim. A diferença é que o médico dela me ligou dizendo que não vai fazer o aborto. Esse é um exemplo edificante que, infelizmente, não encontra muita difusão na imprensa. Outro exemplo: dia desses, uma mulher da mesma diocese dessa menina (pernambucana), que tinha um filho de 1 ano e meio, engravidou de novo. Ela não queria ter esse segundo filho. Então, foi procurar um médico querendo abortar e levou o menino mais velho junto, para dizer que não tinha condições. Mas o médico era católico e disse à mulher que, já que ela não podia ter dois filhos, ele ia matar o primeiro e ela ficava com o segundo, o que estava na barriga. A mulher, na hora, despertou e não aceitou mais o aborto.

O senhor já fez sermões contra a pedofilia, contra o estupro?

Nós temos na arquidiocese uma rádio católica. Eu tenho um programa diário e estou explicando ao povo o catecismo da Igreja. Leio um parágrafo e faço um comentário. Estou cumprindo o meu dever. E falo sobre todos os pecados. Ninguém pode dizer que dom José não condena a pedofilia e que dom José não condena o estupro. Mas não posso falar diariamente sobre a pedofilia. Vão dizer que estou louco. Eu não omito nenhum tema da lei de Deus.

Os adversários da Igreja são rápidos em reavivar os erros do passado, como a Inquisição e as perseguições religiosas, e projetá-los no presente. A Igreja raramente rebate. Isso significa que ela se desacostumou do embate de ideias?

Não. O que acontece é que a doutrina teológica diz que qualquer problema teológico, na história da Igreja, tem de ser escutado para ver quais são as opiniões. A diversidade de opiniões é permitida na Igreja. Agora, quando se trata de dogmas, a Igreja não pode admitir que se discorde. Quem não aceita esses dogmas está fora. E não adianta um católico dizer que, porque uma lei brasileira permite tal coisa, ele pode fazer essa coisa, como é o caso do divórcio, e ficar tranquilo. Fica não.

O senhor tem mais algo a dizer sobre o caso?

Sim, eu lamento não poder ter feito o batizado desses dois bebês. Eu estava planejando uma festa para esse dia, mas não aconteceu.

Por Juliana Linhares

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Natural de Recife-Pe

"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos." (São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)

"Hoje, o que os outros pensam de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros pensam de mim, mas do que Deus sabe a meu respeito".




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ღஐºSaudade é o amor que fica!ღஐº

"O tempo não pára! A saudade é que faz as coisas pararem no tempo"...

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"O crucifixo é antes de tudo o sinal distintivo da única e verdadeira religião, a CATÓLICA, depois vem o resto".


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"Os inimigos do Brasil querem que você se omita.
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"O PL 122 é uma aberração jurídica, viola a liberdade religiosa e cria uma categoria de indivíduos especiais. Esse Projeto é inconstitucional, ilegítimo e heterofóbico"!

“Olha, eu acho que tem que haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que não haja a descriminalização.” Em sabatina à Folha de S. Paulo - 4 de outubro de 2007. "Eu acho que, o aborto, do ponto de vista de um governo, é uma questão não é de foro íntimo, é uma questão de saúde pública".


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