quinta-feira, 6 de maio de 2010
Espetáculo deprimente
Caro Internauta, diante do circo demagógico que a CPI da pedofilia armou em Arapiraca, vale a pena ler este texto do Desembargador Antônio Sapucaia, um dos mais íntegros e respeitados magistrados de Alagoas. E continua o circo, com o SBT e o jornalista Roberto Cabrini descendo a um tipo de jornalismo realmente deprimente – tão ou mais que a prática dos padres em questão... Afinal, há vários tipos de imoralidade e tara humana, além das imoralidades sexuais. Exemplo disso, é o tipo de jornalismo ao qual Roberto Cabrini tem se entregado neste caso de Arapiraca... O circo está armado, o circo continua... sintoma de uma sociedade doente – Afirmo isto sem em nada querer minimizar os atos vergonhosos dos envolvidos!
Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju.
Segue o texto do Dr. Sapucaia, o mesmo que afastou vários deputados da Assembleia Legislativa de Alagoas (portanto, um homem avesso a qualquer tipo de imoralidade:
Antonio Sapucaia - desembargador aposentado, jornalista e escritor
Não tenho absolutamente nada contra homossexuais, que cada vez mais estão dando corpo às suas práticas, realizando congressos e estimulando encontros sociais para defender a sua opção sexual. Enquanto isso, sou visceralmente contra a pedofilia, como não poderia deixar de ser, considerando que durante 37 anos exerci a magistratura e, como tal, tive que me manifestar por dever de ofício contra essas perversões sexuais e todo tipo de conduta ouriçada contra os princípios legais, desde que me caíssem às mãos de julgador.
Faço questão de deixar claro, também, que nunca fui coroinha e nem nunca tive vocação para ser padre, o que considero uma atividade altamente respeitável e inspirada por Deus.
Mas, confesso, distante dos confessionários, que fiquei indignado com o espetáculo deprimente que a televisão mostrou durante alguns dias, envolvendo padres que seriam homossexuais e estariam praticando pedofilia.
Foi um espetáculo nojento, abjeto, repugnante sob todos os aspectos, tendo à frente um senador-cantor, Magno Malta, que parece desconhecer a ética, o respeito à sociedade e não atentou para o malefício que causou e repercutiu junto aos menores de idade que têm acesso à televisão.
Chegou a Arapiraca, montou o espetáculo, transformou-se no principal ator das cenas picarescas e se exibiu inteiramente à vontade, como se estivesse a rebolar como cantor, à semelhança dos shows que leva a cabo nas televisões brasileiras.
Arapiraca, Alagoas e o Brasil não mereciam tão desavergonhado espetáculo levado à cena pelo senador-cantor, que se mostrou um autêntico canastrão. Foi demais!
O homossexualismo está tomando corpo, e a cada dia vem inovando corpos para introduzir a experiência, no Senado Federal, nos ministérios, nos governos estaduais, enfim, em todos os segmentos sociais. Mas entre a sua prática, que não é de todo aceita, e o que foi feito em Arapiraca, a impressão que ficou é de que o senador Magno Malta é visceralmente desprovido de ética, de bom senso e despreparado para a função de inquisidor. Foi injudicioso, perverso e leviano, talvez instigado pelo fato de ser evangélico, no que não quero acreditar, pois seria uma mesquinhez desproporcional.
A propósito, quem assistiu às cenas deprimentes levadas ao ar deve ter observado que o senador-cantor em determinado momento chegou a indagar de um dos sacerdotes se ele pagava aos seus parceiros de sexo com as moedas recebidas dos fiéis. A ilação que se tira da pergunta é que teve a capciosidade de denegrir a Igreja Católica como um todo, visando a depreciar o que se arrecada pelo clero nas missas, como se não existissem os dízimos em outras religiões, normalmente obrigatórios.
Que o senador Magno Malta viva rebolando nos palcos brasileiros, exibindo a sua voz de poucos recursos, não é nada demais, embora me pareça incompatível com a sisudez que a função de senador exige. Mas vir a Alagoas travestido de ator, apresentar-se com um texto mal escrito e mal conduzido, causando males à sociedade e principalmente às crianças, que devem merecer todo o respeito e não ficar à mercê de sexos explícitos em horários proibidos, foi altamente condenável.
São louváveis a sua predisposição e as atitudes que vem tomando contra a pedofilia. Mas em Arapiraca foi absolutamente condenável a maneira como conduziu o espetáculo que montou, sem ao menos selecionar a plateia, além de revelar-se um insuportável canastrão. Só faltou pedir ao público que estava no auditório que batesse palmas para que o espetáculo deprimente fosse completo.
Publicado no
GAZETA DE ALAGOAS em 25.04.2010
Marcadores: Bispo, CPI, Igreja, Pedofilia
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11:49.
