Doce Deleite



segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ecologia do homem


"O Papa Bento XVI advoga por «ecologia do homem» e adverte: A ideologia de gênero altera a constituição da natureza humana".

A defesa da natureza não é algo acessório para a Igreja, mas faz parte de sua natureza, afirmou Bento XVI, declarando, contudo, que se trata de uma «ecologia do homem», no longo e extenso discurso que dirigiu aos membros da Cúria Romana, com quem teve o tradicional encontro de troca de felicitações por ocasião do Natal.

Recordando o papel decisivo que teve a reflexão sobre a ecologia durante as Jornadas Mundias da Juventude, celebradas em julho em Sydney, acontecimento central para a Igreja em 2008, o pontífice ofereceu uma sugestiva leitura sobre o respeito da criação.

«Dado que a fé no Criador é parte essencial do credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir a seus fiéis só a mensagem da salvação», afirmou o Papa, que no início de 2009 publicou uma encíclica de caráter social.

«Ela também tem uma responsabilidade com relação à criação – advertiu – e tem de cumprir esta responsabilidade em público.»

No cumprimento desta missão, acrescentou, a Igreja «não só tem de defender a terra, a água, o ar, como dons da criação que pertencem a todos. Tem de proteger também o homem contra sua própria destruição».

«É necessário que haja algo como uma ecologia do homem, entendida no sentido justo», assegurou.

Esta ecologia humana, afirmou, baseia-se no respeito dos gêneros, masculino e feminino, que fazem parte da natureza humana.

O bispo de Roma o disse com estas palavras: «Quando a Igreja fala da natureza do ser humano como homem e mulher e pede que se respeite esta ordem da criação, não está expondo uma metafísica superada».

Trata-se, assegurou, «da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo significaria a auto-destruição do homem e, portanto, uma destruição da própria obra de Deus».
O pontífice advertiu sobre a manipulação que acontece em fóruns nacionais e internacionais quando se altera o termo «gender» (gênero). Com freqüência, como aconteceu na assembléia geral das Nações Unidas, utilizam termos como «orientação sexual» ou «identidade de gênero» para reconhecer o pretendido «casamento» homossexual.

«O que com freqüência se expressa e entende com o termo ‘gender’ se sintetiza em definitivo na auto-emancipação do homem da criação e do Criador. O homem quer fazer-se por sua conta, e decidir sempre e exclusivamente só sobre o que lhe afeta», constatou o pontífice. Mas deste modo, advertiu, «vive contra a verdade, vive contra o Espírito criador».

«Os bosques tropicais merecem, certamente, nossa proteção, mas não menos a merece o homem como criatura, na qual está inscrita uma mensagem que não contradiz a nossa liberdade, mas é sua condição», indicou.

Por isso, declarou, «grandes teólogos da escolástica qualificaram o matrimônio, ou seja, o laço para a vida toda entre o homem e a mulher, como sacramento da criação, instituído pelo Criador e que Cristo – sem modificar a mensagem da criação – acolheu depois na história de sua aliança com os homens».

«Faz parte do anúncio que a Igreja deve oferecer o testemunho a favor do Espírito criador presente na natureza em seu conjunto, de maneira especial na natureza do homem criado à imagem de Deus», concluiu.

Jésus Collina

OBS: Novamente o Santo Padre reafirma a posição eterna e imutável da Igreja, contra qualquer tentativa de justificação de união de parceiros do mesmo sexo. E nem se fala da prática abominável deste tipo de pecado, um dos mais clamorosos e que mais ofende ao Deus Criador, porque é um ato estéril e degradante.

Como já disse em muitos artigos, a pressão para que o mundo aceite isso, leva apenas a uma loucura coletiva, pois significa o fim iminente da raça humana. Por isso devemos dizer que o animal mais próximo de extinção que existe hoje na terra é o homem, pois dos animais, Deus cuida, enquanto os homens são livres para rejeitar este cuidado. A morte os ronda então...
E veremos esta morte, não tarda a Justiça!

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Católico X Protestante


Em uma comunidade de debates entre católicos e protestantes deu-se o seguinte diálogo:

Protestante: A IGREJA LUTERANA não se fixa apenas em Lutero, mas sim no "desenvolvimento" teológico em que o movimento INCIADO por Lutero foi preponderante, mas não totalitário.

Católico: os luteranos possuem a Confissão de Augsburgo como principal documento doutrinário e histórico de sua denominação. Discorda? Você sabe que essa confissão foi escrita por Melanchthon, assim como a Apologia. Lutero só não participou da redação da CA porque teve de permanecer no Castelo de Corburg devido o perigo causado pela dieta de Worms. Mas Melanchthon enviou uma cópia da CA a Lutero, que a aprovou.

Portanto Luteranos deveriam ser aqueles que concordam com a Confissão de Fé Luterana. "Os desenvolvimentos" não necessariamente estão de acordo com o que foi inicialmente proposto.

Quando perguntei se você tem mais solidez teológica que Lutero porque ele aceitava o dogma da Imaculada Conceição, sendo ele o fundador do Luteranismo, e você não, foi exatamente porque eu sempre suspeitei de uma coisa, que se torna cada vez mais evidente:

"Os protestantes não se submetem nem mesmo às suas próprias confissões de fé e ao entendimento teológico dos seus principais teólogos".

Isso somente se explica pelo fato de no protestantismo o relativismo e o humanismo são os verdadeiros espíritos que inspiram a consciência de todo protestante. As doutrinas são aceitas de acordo com o que se consegue e o que se pretende entender partindo de uma idéia prévia. Não é incomum hoje vermos luteranos que não concordam com sua tradição teológica, assim como vemos pentecostais que, curiosamente, adotam posturas tradicionais, como pastores que adotam celibato, por exemplo.

É por essas e outras que nenhum protestante pode ter certeza do que acredita. Suas doutrinas são levadas de um lado para o outro com o passar do tempo. O que era verdade séculos atrás hoje não é mais, e, veja bem, o que ele acredita ser verdade hoje, não será dentro de um punhado de anos.

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Modelo de família


União civil de gays pode até vir ser aprovada também aqui no Brasil, embora o código civil só aceite como modelo de família a união entre um homem e uma mulher.

A idéia de um modelo de família partindo da união homossexual não só fere os ditames da razão como pode ser muito nociva ao desenvolvimento psicológico das crianças que vierem a crescer num ambiente onde a figura da mãe e mulher não existe, o que é fundamentalmente necessária e insubstituível na construção da personalidade de uma criança que precisa de figura feminina e masculina. Gay não é, e nunca fará o papel da mulher mãe. Mesmo nos casos de adoção, uma criança só tem todas as condições de se desenvolver plenamente quando a figura paterna é exercida pelo homem e a figura materna exercida pela mulher que os adotou.

Fora desse parâmetro é uma incoerência e insensatez com a razão humana que, antes de se basear em preceitos religiosos, sempre buscou na natureza a referência da figura masculina e da feminina como modelo de família normal.

Se houvesse um espécie de contrato de bens para fins de direitos legais sobre os bens em caso de morte de um dos parceiros que viveu em cumplicidade estável, isso até seria tolerável, mas equiparar ao casamento civil entre homem e mulher, é uma tremenda falta de respeito a instituição da família normal e natural e que podem gerar proles saudáveis segundo o senso da razão e da própria ciência humana, do que um casal de gays, que jamais poderão fazer nascer uma prole de suas relação anti-procriativa, logo é algo inconcebível pela lógica e a racionalidade.

José Nelson

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Exaltação da Santa Cruz


“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nEle crerem tenham a vida eterna” (Jo 3,14-15)

Creio já ter mencionado aqui o quão este dia é tão significativo. Primeiro porque é A festa da Exaltação da Santa Cruz; a festa da Exaltação do Cristo vencedor da morte e do pecado por seu corpo dado e sangue derramado no alto da cruz.

A cruz recorda o Cristo crucificado, o sacrifício de sua Paixão, o seu martírio que nos deu a salvação. Por isso é que, desde tempos antiquíssimos, a Igreja passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive, como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, e símbolo mais perfeito da serpente de bronze que Moisés levantou no deserto para curar os israelitas picados pelas cobras porque O Filho do Homem nela levantado cura o homem todo e todos os homens, o corpo e a alma dos que nEle creem e lhes dá a vida eterna.

Depois porque este é o dia do nascimento da nossa querida Valda, que, se estive conosco estaria completando 56 anos, mas como cremos na Ressurreição temos a certeza de que ela já está entre os eleitos de Deus.

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domingo, 13 de setembro de 2009

Eu – a excluída



Encontrei este texto no blog do Gustavo Souza, o Exsurge Domine. O texto é excelente e nele também me vi e me senti excluída pelos mesmos motivos por ele apresentados. Por me identificar com o mesmo, tomo a liberdade de trocar o artigo o pelo a, uma vez que quero através dele também manifestar toda a minha indignação diante de tantos absurdos. Este texto foi escrito no dia 7 de setembro, quando também se comemora o "Grito dos excluídos", que se define como "um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira". Daí o título fazer alusão à exclusão.

Sinto-me uma excluída. E hoje, nesse dia em que é dado o direito de gritar a esta classe vil de seres humanos, quero – também eu – lançar o meu brado de indignação frente aos meus opressores; frente àqueles que me tiram o direito de ser indivíduo e me relegam quase à condição de indigente.

A lista das “exclusões” às quais estou sendo submetida é extensa. Sou excluída de todas as formas: ora por adotar determinadas posturas e comportamentos, ora por não adotar determinadas posturas e comportamentos. Certas vezes sou excluída porque faço parte de tal coisa; outras vezes, sou desprezada porque não faço parte de tal coisa. Meus opressores não me entendem, e eu tampouco os compreendo. Portanto, o meu grito é – na verdade – um urro [quase um berro]: deixem-me ser católica!

Chega de me excluírem porque prefiro ouvir o Santo Padre, o Papa, a dar crédito a teólogos de meia tigela que dizem uma coisa hoje e outra amanhã; porque não dou ouvidos a quem vive espalhando os seus “ventos de doutrina” e encantando a multidão com as suas heresias. Devo ser excluída porque prefiro Tomás de Aquino a Leonardo Boff? Se bem que um dia desses, um dos meus opressores acabou me alegrando com um comentário. Disse ele: “Você não passa de um papagaio do Papa – vive repetindo o que ele fala”. Fiquei comovido. As lágrimas me vieram às faces. Eu não merecia tamanho elogio. Mas continuei sendo excluída porque, afinal, a garagem da minha casa continua servindo para guardar o carro: não fundei nenhum igrejola com nome esdrúxulo para extorquir pessoas em nome de Deus…

Chega de me excluírem porque acho que o homem nasceu para ter vida a dois com uma mulher e não com outro homem. Devo ser excluída só porque obedeço cega e fielmente à natureza que em mim está, graças a Deus, arraigada de maneira inseparável? Sendo eu heterossexual, cometo eu algum delito ao defender esta classe que – paulatinamente – se torna minoria neste nosso mundo cor-de-rosa? É justo que eu seja excluída só porque acho que saias combinam com mulheres, e ternos com homens? Acaso não posso ensinar [...] que o homossexualismo é pecado mortal e que “papai do céu castiga” quem comete este tipo de infração contra a Lei de Deus? Grito sim: isto é um absurdo!

Chega de me excluírem dizendo que eu não posso ser contrária ao aborto porque sou católica e, portanto, estou movido unicamente por razões de ordem religiosa. Ora, acaso eu não penso? Não posso discordar? Para ter isenção nesta matéria é preciso ser ateu? Por que os judeus, budistas, hindus, muçulmanos e outros que defendem o aborto não “se liberam” também de suas crenças para poder “opinar” com imparcialidade? Só eu – a católica – devo ficar calada?

Chega de me excluírem porque não tenho filiação partidária. Devo ser excluídoa porque prefiro votar nulo a votar em alguém que defenda a cultura da morte (cujos princípios e propostas são: aborto, eutanásia, pesquisas com células-tronco embrionárias, etc.)? Eu até queria ser presidente da república. Mas, por culpa da minha mãe (que desde que eu era pequena me incentivou a estudar) acabei tendo o sonho da presidência podado… Ora, se julgo que nenhum partido atende aos requisitos básicos, mínimos, da Doutrina Social da Igreja, por que eu daria minha adesão a eles? Pior: porque eu me filiaria a um partido que contraria abertamente esta Doutrina? Mereço ser excluída porque anteponho a filiação divina – que adquiri por ocasião do Batismo – à filiação partidária?

Chega de me excluírem porque não sou comunista! Que mal há em eu não querer dividir o quintal da minha casa com nenhum sem-terra oportunista? Devo ser excluída apenas porque vejo em Jesus um exemplo de santidade e não um modelo de revolucionário? Por que eu tenho que ser inimigo de empresas capitalistas como a McDonald’s se os caras produzem o melhor McChicken com aplique de catupiry e fritas do mercado?! Ora, francamente!

Chega de me excluírem porque prefiro rezar na missa e dançar na boate. Sim, eu sou excluída porque não faço parte do pessoal que “curte” a missa (dançando, pulando, saltando como pipoca) e diz ir às Cristotecas da vida para rezar. Acaso eu sou obrigada a concordar com essa total inversão das coisas? Tem gente que acha que a missa foi feita para que os fiéis batam palmas, saltem de ponta-a-cabeça diante do altar e façam malabarismo com as galhetas. Eu acho que essas coisas cabem muito bem num circo ou numa festa qualquer; mas não em uma missa. Que mal há em eu não concordar com essa gente? Tem gente que acha que as “boates de Cristo” são um ótimo lugar para o encontro com Deus. Eu continuo achando que são muito mais frutuosas as tradicionais visitas ao Santíssimo Sacramento…. Eu devo ser excluída porque penso assim?

Chega de me excluírem porque prefiro o canto gregoriano dos monges aos hits protestantes da moda! É justo que eu seja desprezada somente porque prefiro as vésperas cantadas em latim aos “funks para Jesus” que se espalham e fazem sucesso entre o povo? (detalhe: em alguns casos, para mim o latim é bem mais compreensível que o funkês).

Chega de me excluírem porque prefiro uma Missa de Formatura a um culto ecumênico. Por que eu trocaria a Perfeita Ação de Graças elevada a Deus na Santa Missa pela prece confusa de homens que rezam a deuses diferentes? (pois é óbvio que eu – católica – rezo a um Jesus bem distinto daquele imaginado pelos espíritas).

Pronto. Falei. Estou cansado de ser excluído. Estou farta de ser calada pelos meus opressores. Por isso decidi gemer, gritar, extravasar. Serei compreendida? Não sei. Serei aceita? É pouco provável. Entretanto, espero – paciente – o dia em que devo receber uma carta da Secretaria de Ressocialização dizendo que vai fazer comigo um processo de inclusão social. Caso eu não receba esta carta, certamente me enviarão uma outra, com outro teor: algo como um gentil convite à extradição em Marte, minha verdadeira e cara Pátria…

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sábado, 12 de setembro de 2009

Natividade de Nossa Senhora


No dia 8 de Setembro, celebra-se, no mundo cristão, a festa do nascimento de Nossa Senhora. Na Bíblia não há nada que nos diga como e quando foi. Também, no princípio não era importante. Foi pelo século III-IV que começou o interesse sobre a ascendência de Jesus. É por essa altura que aparece um Evangelho apócrifo (não oficial e de pouca verosimilidade) intitulado "Livro sobre a natividade de Maria", que a Tradição conseguiu fazer passar para as culturas e para os crentes. Curiosamente, nas pregações sobre as vidas dos santos, os ouvintes gostam mais de ouvir estas histórias do que os ensinamentos do Evangelho.

Traduzi os cinco primeiros capítulos deste livro e que agora ofereço aos que por aqui passarem. Tenha-se em conta a máxima antiga italiana: Tradutore, Traditore (o tradutor é um traidor). As imagens são do grande pintor Giotto (séc. XIV) que estão na Capella Scrovegni, em Pádua.

I
A bem-aventurada e gloriosa sempre Virgem Maria descendia de estirpe régia e pertencia à família de David. Nasceu em Nazaré e foi educada no templo do Senhor, na cidade de Jerusalém. O seu pai chamava-se Joaquim e a sua mãe Ana. Era de Nazaré por parte do pai e de Belém por parte da sua mãe.

A vida destes esposos era simples e reta na presença do Senhor e irrepreensível e piedosa diante dos homens. Tinham as suas posses em três partes: uma era para o templo de Deus e os seus ministros; outra davam-na aos pobres e aos peregrinos; a outra ficava reservada para as necessidades que eles tinham.

Mas estes homens, tão queridos de Deus e piedosos para com o próximo, eram casados há vinte e sete anos, em casto matrimónio, sem obter descendência. Tinham feito, no entanto, um voto de que, se Deus lhes concedesse um rebento, o consagrariam ao serviço divino. Por este motivo costumavam ir durante o ano ao templo de Deus por ocasião das festas.

II
Estava próxima a festa da Dedicação do Templo e Joaquim subiu a Jerusalém na companhia de alguns conterrâneos. Era sumo sacerdote naquele tempo Isacar. Este, ao ver Joaquim entre os seus concidadãos prontos a oferecerem os seus dons, menosprezou-o e desdenhou as suas ofertas, perguntando-lhe como tinha coragem para apresentar-se entre os prolíficos, ele que era estéril. Disse-lhe ainda que as suas ofertas não seriam entregues a Deus porque o considerava indigno de posteridade, e citou o testemunho da Escritura, que declara maldito o que não tiver gerado um varão em Israel. Queria, pois, dizer-lhe que devia primeiro ver-se livre desta maldição tendo filhos e que só então poderia apresentar-se com oferendas diante do Senhor.

Joaquim ficou morto de vergonha diante de tamanha injustiça e retirou-se para as grutas onde estavam os pastores com os seus rebanhos, sem querer voltar a casa para não se expor a semelhantes desprezos por parte dos seus conterrâneos que tinham presenciado à cena e ouvido o que o sumo sacerdote lhe tinha acusado.

III
Estava já há algum tempo naquele lugar, quando um dia em que estava sozinho apresentou-se-lhe um anjo de Deus, rodeado de um imenso esplendor. Ele ficou perturbado ao vê-lo, mas o anjo da aparição livrou-o do temor dizendo: «Joaquim, não tenhas medo nem te assustes por me veres. Sou um anjo do Senhor. Ele enviou-me a ti pata te anunciar que as tuas orações e as tuas esmolas subiram à sua presença. O Senhor olhou para a tua tristeza, depois de que chegou aos seus ouvidos o opróbrio de esterilidade que injustamente se te dirigia. Deus é verdadeiramente vingador do delito, mas não da natureza. E por isso, quando fecha um ventre, fá-lo para poder abri-lo de novo de uma maneira mais admirável e para que fique bem claro que a prole não fruto da paixão mas da liberalidade divina.

Repara: Sara, a primeira mãe da vossa linhagem, não foi estéril até aos oitenta anos? E, no entanto, deu à luz na sua velhice a Isaac, que esperava a bênção de todas as gerações. Também Raquel, apesar de ser tão agradecida a Deus e tão cara ao santo Jacob, foi estéril durante muito tempo. Sem que isso fosse obstáculo para depois gerar a José, que foi não só o senhor do Egipto, mas também o libertador de muitos povos que iam morrer de fome. E quem houve, entre os juízes, mais forte que Sansão ou mais santo que Samuel? No entanto, ambos tiveram mães estéreis. Se, pois, a razão que está nas minhas palavras não te convence, tem por certo que quanto menos aquelas concepções muito esperadas e os partos que vieram da esterilidade são os mais maravilhosos.

Fica a saber, pois, que Ana, tua mulher, vai dar-te à luz uma filha, a quem porás o nome de Maria. Esta viverá consagrada a Deus desde criança, de acordo com o voto que fizestes, e já no ventre de sua mãe ficará cheia do Espírito Santo. Não comerá nem beberá nada impuro, nem passará a sua vida na agitação do povo, mas no recolhimento do templo do Senhor, para que ninguém possa chegar a suspeitar nem dizer coisa alguma que lhe seja desfavorável. E quando crescer em idade, da mesma maneira que vai nascer de mãe estéril, assim, sendo virgem, gerará de um modo incomparável ao Filho do Altíssimo. O nome deste será Jesus, porque, de acordo com o seu significado, será o salvador de todos os povos.

Este será para ti o sinal de que é verdade o que te acabo de dizer: quando chegares à porta Dourada de Jerusalém encontrar-te-ás com Ana, tua mulher, que virá ao teu encontro. Ela, que agora está preocupada pela tua demora, alegrar-se-á profundamente por poder ver-te de novo». E dito isto, o anjo deixou-o.

IV
Depois apareceu a Ana, a mulher de Joaquim, e disse-lhe: «Não tenhas medo, Ana, nem penses que é um fantasma o que estás a ver. Sou o anjo que apresentou as vossas orações e esmolas diante do altar do Senhor. Agora acabo de ser enviado a vós para vos anunciar o nascimento de uma filha cujo nome será Maria e que há-de ser bendita entre todas as mulheres. Desde o momento em que nascer brotará dela a graça do Senhor e permanecerá na casa paterna os primeiros três anos até que termine a sua amamentação. Depois será consagrada ao serviço de Deus e não abandonará o templo até que chegue o tempo da discrição. Ali permanecerá servindo a Deus com jejuns e orações, noite e dia e abstendo-se de todas as coisas impuras. Não conhecerá varão, mas só ela, sem prévio exemplo e livre de toda a mancha, corrupção ou união com algum homem, dará à luz, sendo virgem, um filho, e sendo escrava, ao Senhor que com a sua graça, o seu nome e a sua obra é salvador de todo o mundo. Levanta-te, pois, sobe a Jerusalém. E quando chegues à porta que se chama Aurea por estar dourada, encontrarás, como confirmação do que te digo, o teu marido, por cuja saúde estás preocupada. Tem, pois, a certeza, quando se cumprirem estas coisas, que o conteúdo da minha mensagem se cumprirá sem qualquer dúvida».

V
Ambos obedeceram ao que o anjo lhes dissera e puseram-se a caminho de Jerusalém desde o sitio onde respectivamente se encontravam. Então, alegres por se encontrarem novamente e firmes na certeza que lhes dava a promessa de um futuro feliz, deram graças a Deus que exalta os humildes.

E depois de adorar o Senhor, voltaram para casa, onde esperaram a realização da divina promessa, cheios de confiança e alegria. Por fim, Ana concebeu e deu à luz uma filha, a quem os seus pais deram o nome de Maria, segundo o mandamento do anjo.

Por Fr. Filipe

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Natural de Recife-Pe

"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos." (São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)

"Hoje, o que os outros pensam de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros pensam de mim, mas do que Deus sabe a meu respeito".




Minha irmã...
ღஐºSaudade é o amor que fica!ღஐº

"O tempo não pára! A saudade é que faz as coisas pararem no tempo"...

"Duas pessoas que se amam não podem deixar de se encontrar e, pelo mesmo motivo, não podem ser separadas.
Uma  torna a outra 'eterna'
por amor."


Fotos de Valda







"O crucifixo é antes de tudo o sinal distintivo da única e verdadeira religião, a CATÓLICA, depois vem o resto".


"O católico que escolhe seus dogmas e seus mandamentos não é católico, é protestante." (Gustavo Corção)


"Os inimigos do Brasil querem que você se omita.
Mostre-lhes que eles estão enganados e que você está alerta.
O Brasil é, e continuará a ser Terra de Santa Cruz"!


"O PL 122 é uma aberração jurídica, viola a liberdade religiosa e cria uma categoria de indivíduos especiais. Esse Projeto é inconstitucional, ilegítimo e heterofóbico"!

“Olha, eu acho que tem que haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que não haja a descriminalização.” Em sabatina à Folha de S. Paulo - 4 de outubro de 2007. "Eu acho que, o aborto, do ponto de vista de um governo, é uma questão não é de foro íntimo, é uma questão de saúde pública".


Salve meu selinho e
cole em seu blog!



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    Trento, 1944.
    Em um refúgio anti-aéreo abrimos ao acaso o Evangelho na página do Testamento de Jesus:
    “Pai, que todos sejam um, como eu e tu”.
    Aquelas palavras pareciam iluminar-se uma a uma. Aquele "todos" foi o nosso horizonte. Aquele Projeto de Unidade a razão da nossa vida.

    Chiara Lubich

    "Os homens gastam-se tanto em palavras que não conseguem entender o silêncio de Deus".
    Dom Hélder




    "A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força."
    "Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte."


    "Onde está Pedro, aí está a Igreja católica".
    (Santo Ambrósio)


    "Onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus"...
    "A Igreja é minha mãe... As censuras que lhe são feitas, não carecem, todas, de fundamento. Mas o volume dessas queixas não supera a grandeza do Mistério-Sacramento que é a Santa Igreja, o Corpo de Cristo prolongado". (Santo Agostinho)

    Em nenhum símbolo de Fé temos o atributo "Romana" designando a Igreja de Cristo, isso por que ser designado como Romana não é atributo da Igreja e sim uma referência a sua origem e sua Sé Primaz. Santa, Una, Católica e Apostólica são seus atributos, Romana é sua origem. A Igreja de Cristo nasceu no Império Romano, ganhou o mundo a partir de Roma, e em Roma foi estabelecida a Sé Primaz dessa Igreja, por isso, os cristãos do mundo inteiro devem estar em comunhão com a Sé Romana, onde repousa a Cátedra de Pedro, a Sé Apostólica.



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    Zilda Arns
    "Viveu como santa, morreu como mártirr".

    Fundadora da Pastoral da Criança, a médica dedicou a existência a minorar o sofrimento dos despossuídos e a evitar o desperdício da vida. Até o último minuto

    A ÚLTIMA PREGAÇÃO
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