Jesus voltou para o Pai, porém não nos deixando órfãos. Cumprindo com mais uma de suas promessas, de estar conosco até o fim dos tempos, deixa-nos o Espírito Santo, que veio ao mundo para dar continuidade à igreja fundada por Ele.
E assim foi feito, conforme os evangelhos: os discípulos estavam reunidos quando Jesus apareceu a eles dizendo: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim envio-vos eu. Depois destas palavras soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo.” A partir daquele momento a Igreja seguiu sua caminhada até hoje guiada pelo Espírito Santo, e nós, como discípulos do mesmo Jesus, temos a responsabilidade de dar continuidade a esta Igreja que não tem apenas o papa, bispos e sacerdotes como responsáveis, mas também nós como os co-responsáveis. Devemos dar o nosso testemunho por onde passarmos para que a Igreja continue unida através do mesmo Espírito.
É interessante notar nas pessoas que foram diretamente tocadas pelo Espírito Santo atitudes que nos impressionam, e o exemplo maior foi o de Maria, quando recitou o famoso Magnificat, cheia do Espírito Santo proferiu as seguintes palavras “de hoje em diante serei chamada de bem-aventurada”.
Todas as vezes que nos aproximamos do altar eucarístico, saímos cheios do Espírito Santo, mas nem sempre podemos dizer que somos bem-aventurados, o que já seria demais, pois Maria foi e continuará sendo uma pessoa totalmente diferente de todos nós. É muita pretensão pensarmos, mas temos algo em comum: ela foi escolhida para mãe do filho de Deus e nós fomos escolhidos para sermos seus filhos, mesmo assim, nem sempre ousamos dizer “Pai nosso...”
Precisamos nos conscientizar e definir em nossa mentes se “somos igreja ou pertencemos à igreja”. Não é uma pergunta simples de ser respondida, pois ser igreja representa comprometimento. Comprometimento com o quê, com quem, quando e onde? É muita responsabilidade ser cristão verdadeiro, mesmo cheios do Espírito Santo após a Eucaristia precisamos de um grande dom que Deus nos dá: o amor, a caridade. Sim, com ele teremos a força que precisamos para lutar por um mundo melhor e é esse mesmo amor para com o próximo que nos vai mostrar o que, a quem, quando e onde seremos igrejas vivas e caminhantes. Cheios do Espírito Santo podemos dizer não às drogas, ao aborto, podemos dizer sim aos pobres aos pequenos abandonados e excluídos. Isto é ser igreja.
Foi para isso que Jesus deixou o Espírito Santo, para que possamos assumir nosso papel diante de um mundo cheio de misérias, de uma sociedade corrompida, dos poderes constituídos cada vez mais afastados de seus papéis para os quais foram delegados. Além de nossas ações, resta-nos pedir: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra.”
Adriano Brito, é leigo católico.
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"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)