Logo será Natal. O resplendor da árvore de Natal e as antigas canções que ressoam no presépio e no rádio lembrarão a vocês a inesquecível história de Maria e José que, por causa do capricho de um imperador, tiveram de viajar durante o inverno através de uma região montanhosa para Belém, onde não havia mais lugar para eles na hospedaria. Assim começou a história da nossa salvação.
Nossa salvação custou caro, não só no Gólgota, mas também em Belém. O cântico dos anjos, a bondade dos pastores e a fé dos Reis Magos nunca poderiam permitir-nos esquecer o aspecto trágico que nos foi transmitido na narração do Natal. A tragédia das portas e dos corações fechados. O escândalo da insensível falta de hospitalidade e da estrebaria onde o Senhor nasceu. O ódio de Herodes que viu na criança indefesa um perigo para o seu domínio. O medo de Maria e José que, de repente, souberam disso e tiveram de fugir correndo no meio da noite, de esconderijo em esconderijo, até cruzar a fronteira, enquanto atrás deles o grito da morte das crianças inocentes e o choro desesperado das mães subiam aos céus.
Podemos imaginar o restante: a chegada ao Egito, o paciente começo num país estranho, as dificuldades com a língua, o interrogatório dos policiais, a desconfiança, o longo caminho de autoridade em autoridade, de repartição em repartição, as formalidades para receber o visto de permanência e de trabalho...Quem gostaria de empregar um trabalhador estrangeiro que cruzou ilegalmente, com mulher e filho, a fronteira?
Jesus, Maria e José foram os primeiros refugiados da Era Cristã. Inúmeras pessoas partilhariam mais tarde o mesmo destino. Desde a noite em que o anjo despertou José e o mandou fugir para o Egito com o menino e sua mãe, o mundo está repleto de banidos, perseguidos e refugiado, nos quais Cristo suplica amor e apoio. E como naquele tempo os pastores trouxeram para o menino Jesus queijo ou leite ou uma pele de carneiro para aquecê-lo, e como aqui e ali, no caminho de Egito, havia pessoas boas que ajudaram a Sagrada Família, assim cabe-nos a tarefa de apoiar o Cristo perseguido de hoje em toda parte onde ele sofre necessidade no mais pequenino de seus irmãos.
Natal é mais do que uma festa da família com árvore de Natal, luz de velas, rabanada e peru assado. É a vinda de Cristo a um mundo frio, escuro e irredento. Sem dúvida, no Natal podemos comemorar com alegria dos redimidos a encarnação de Deus – inclusive com uma ceia. Mas não nos esqueçamos do essencial: Cristo quer novamente se encarnar, na sua santa Igreja e em cada um de nós, para que deixemos brilhar seu vulto, sua bondade, sua misericórdia, seu amor ao próximo e sua solicitude na escuridão do nosso tempo.
Padre Werenfried van Straaten
Fundador da Ajuda à Igreja que Sofre
Queridos amigos e benfeitores da AIS... É Natal!
Durante o ano inteiro não medimos esforços para promover o bem e a paz. Fizemos todo o possível para que a justiça e esperança voltassem a florescer em lugares desertos de amor. Graças a sua ajuda podemos dizer sim a inúmeros pedidos de ajuda. Fomos muitas e muitas vezes a única alternativa. Salvamos vidas! Construímos e reformamos igrejas, seminários e conventos, financiamos formações para seminaristas e freiras, providenciamos transporte para paróquias pobres e levamos Jesus aos pequenos, graças a iniciativa do Padre Werenfried com a Bíblia da Criança. Tudo isso porque Deus uniu vidas em todas partes do mundo com a mesma idéia: Partilhar o Bem!
Deus é prova do quanto somos gratos pela sua ajuda! Foi ela quem fez brotar o sorriso no rosto de irmãos que sofrem na África, que são perseguidos na China e necessitados em nossa América Latina.
Enfim... Desejamos a todos um feliz e santo Natal, e que, novamente juntos em 2007, possamos enxugar as lágrimas de Cristo em milhões de irmãos que sofrem e esperam por nós.
Associação Internacional Ajuda à Igreja que Sofre (Kirche in not)
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)