quarta-feira, 30 de maio de 2007
Função paradoxal
É preciso saber captar nos atos, nas obrigações do nosso dia, momento por momento, aquele quê de opressivo que eles possuem; é necessário ressaltar, valorizar o lado duro, o quociente de cansaço, de desconforto, de esforço, de luta, para aceitar tudo isso como um bem precioso a se doar a Deus.
Na verdade, tudo o que tem sabor de dor é muito importante. Da dor, o mundo nem quer ouvir falar. Um pouco porque, não sendo mais cristão, não a entende; um pouco porque é natural que o sofrimento não agrade. Por isso dela foge e quer esquecê-la.
Contudo a dor tem uma função paradoxal: ela é o canal da felicidade, se por felicidade entendemos a verdadeira, duradoura, não passageira, não fugaz; a única felicidade que sacia o coração humano, a mesma de que Deus goza e da qual o homem, por seu destino transcendente, pode participar, já nesta vida.
Como, justamente através da dor, Jesus deu ao homem a alegria aqui e a alegria perene na outra vida, assim o homem pode buscar a felicidade para si e para os outros, graças às muitas angústias aceitas e oferecidas dia a dia com espírito sobrenatural.
Chiara Lubich
Escrito por
13:17.