...Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. gualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois moedas de prata e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo.
O bom samaritano nos revela que a verdadeira atitude religiosa é reconhecer nos mais necessitados a presença do próprio é Deus. Amar a Deus, portanto, é a mesma coisa que amar o próximo. E o próximo não é uma questão de escolha, é aquele que aparece no nosso caminho. Sacerdote e levita escolhem, distanciando-se de quem devia se aproximar. E fazem isso acreditando agradar a Deus.
Pseudos cristãos têm comportamento semelhante. Não basta dizer: Senhor, Senhor. Decorar versículos e mais versículos, com o intuito de utilizar apenas como munição para atirar naqueles que são vistos como pecadores, não garante salvação para ninguém.
Quatro características deve ter o nosso amor ao próximo:
a. Sobrenatural: amamos os outros por amor a Deus, porque todo próximo é filho de Deus
b. Universal: devemos amar todos sem exceção (Jo 13,35)
c. Ordenado: começar por aqueles, que estão mais próximos de nós
d. Não somente externo, mas também interno: combater toda e qualquer aversão ou mal querença a quem quer que seja.
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)