O centenário de nascimento de Dom Helder - 7 de fevereiro de 2009 - é comemorado no Brasil e em outros países; sua memória é celebrada na Igreja, portanto, além das fronteiras locais. Não se trata de uma comemoração que apenas resgata a sua história, embora tenha também essa face; antes, é uma celebração com o sentido de Ação de Graças a Deus pelo dom de sua existência.Há pessoas que são lembradas em datas significativas de sua vida, por seu valor e sua contribuição à edificação do bem, no seu tempo e no seu meio. Dom Helder Câmara é sempre lembrado, com merecida reverência, porque conquistou um lugar na história, graças ao legado de sua vida, de sua ação pastoral e de seus escritos.Obviamente, a comemoração do centenário de Dom Helder não tem caráter de unanimidade que, por sinal, não se encontra na biografia de nenhum mortal. Assim sendo, a Igreja e a sociedade fizeram uma leitura divergente sobre Dom Helder e seu ministério pastoral; esse fenômeno se manifestou no reconhecimento e rejeição de segmentos domésticos na fé, na admiração e oposição de grupos da sociedade e na hostilidade e perseguição de lideranças políticas; são conhecidos fatos e personagens nessa linha de admiração, rejeição e perseguição ao Pastor da Paz, em sua Arquidiocese e no País. (Dom Genival Saraiva de França)Pátio da Igreja. Na lateral, a Casa Provincial N Sra das Graças
É aqui que todas as tardes, mendigos e moradores de rua sabem onde
encontrar um prato de sopa quente, feita com capricho.
Mas neste dia em que comemoramos o centenário do seu nascimento, no pátio da Igreja das Fronteiras, o clima era de muita festa, confraternização e sobretudo, de muita paz.
Proclamação do Evangelho Homilia Por Cristo, com Cristo e em Cristo. Abraço da paz A Celebração Eucarística foi presidada por
Dom Geraldo Lírio Rocha, presidente da
CNBB e concelebrada por Dom José cardoso Sobrinho - arcebispo de Olinda e Recife - e por diversos bispos de diferentes dioceses de Pernambuco e do nordeste. Também estiveram presentes dezenas de padres da arquidiocese e de outras cidades, religiosos, autoridades e todo o povo de Deus.
O povo de Deus Trechos da
homilia de Dom Geraldo Lyrio Rocha, sobre Dom Helder:
Aos 90 anos de idade, em 1999, Dom Hélder partiu para o encontro definitivo com o Pai. Mas, aqui na terra, ele já estava “em suas mãos”, conforme dizia seu lema episcopal. Um de seus poemas expressa bem sua postura mística diante da hora final:
“Um dia para cada um de nós o sol se erguerá pela última vez./Luz, minha irmã, não haverá meios de avisar-me que chegou meu último dia? Ou o melhor ainda é o conselho evangélico: de viver cada dia como se fosse o último, ou ainda melhor, como se fosse sempre o primeiro...”.Ao chegar à Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Helder dirige sua mensagem de pastora, abre o coração aos seus diocesanos e procura desarmar os espíritos. Sua primeira saudação é permeada de liberdade evangélica:
“quem sou eu e a quem estou falando ou desejando falar – um nordestino falando a nordestinos, com os olhos postos no Brasil, na América Latina e no mundo. Uma criatura humana que se considera irmão de fraqueza e de pecado dos homens de todas as raças e de todos os cantos do mundo. Um cristão se dirigindo a cristãos, mas de coração aberto ecumenicamente, para os homens de todos os credos e de todas as ideologias. Um bispo da Igreja Católica que, à imitação de Cristo, não vem para ser servido, mas para servir...”. Sua mensagem estava embebida de sabor profético e de teor missionário. Apresenta-se como o bispo de todos ao explicitar sua postura pessoal e suas prioridades:
“Minha porta e meu coração estarão abertos a todos, absolutamente a todos. Cristo morreu por todos: a ninguém devo excluir do diálogo fraterno”.
Boneco gigante de Dom Helder
Lançamento do selo comemorativo
Coral da Universidade Católica de Pernambuco
homenageou Dom Helder cantando "Como é grande o meu amor por você". .