Chego aos meus cinqüenta anos de planos. Se a morte, essa velha intrusa, visitar-me inesperadamente, fique já dito que vou chateada. Quero ainda fazer um mestrado por pura vontade de aprender e ser a aluna que jamais fui quando adolescente.
Chego aos meus cinqüenta anos amando mais e melhor a todos os meus entes queridos. Percebi, não de agora, que amo a todos . Depois de todos esses anos continuo amando-os com a mesma intensidade.
Chego aos meus cinqüenta anos, rodeada de amigos. E o que mais poderia eu desejar senão essa riqueza? Poder chamar meus amigos para dançar e rir é meu maior tesouro.
Deus sabe que errei bastante. Fiz muitos chorarem. Frustrei inúmeros. Magoei incontáveis e ao longo de minha história, errei mais do que acertei e por isso, peço a Ele misericórdia.
Nos meus cinqüenta anos, além de corar de vergonha, a única coisa que posso dizer, ao Todo-Poderoso, bendito seja, é que sempre tentei. Ele sabe quanto.
Tentei ser o melhor que pude, o melhor que sabia e o melhor que consegui.
Nos meus cinqüenta anos, a única coisa que posso prometer a Deus e a todos é que continuarei tentando ser eu mesma, da melhor maneira possível.
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)