sexta-feira, 27 de abril de 2007
Cristianismo genuíno
"Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros". (Rom. 12, 9-10)
Acontece, não raro, entre membros de comunidades cristãs ditas evangélicas, a falta de caridade para com o próximo de outras religiões e até mesmos de igrejas cristãs. Principalmente quando esse próximo não comunga dos mesmos pensamentos. É por isso que hoje existem mais de 30.000 denominações, cada uma com suas doutrinas. Com exceção da Sola Scriptura, a única partilhada por todas. Doutrina essa um tanto quanto contraditória, pois nem mesmo a Bíblia diz que tudo está contido nela.
Mas além de tudo isso há uma unanimidade entre esses supostos eleitos, os protestantes, que é a aversão a tudo que se relaciona a Igreja Católica.
Para início de conversa, na visão protestante, católico não é nem considerado cristão. Conheço um deles que nos chamam em tom de deboche, de primos. Muitos, para se mostrarem, chamam-nos de "amados", algo completamente falso e fora de propósito, pois se não somos considerados como irmãos em Cristo, como podemos ser "amados"?
Não importa que o cristão, seja ele católico ou não, for uma pessoa correta, um bom filho, um bom amigo, um trabalhador, um bom cidadão. Se não for "evangélico" (?), não é nada.
Ora, quem é bom filho deve ser visto com bons olhos, pois cumpre com um dos mandamentos que é honrar pai e mãe, (Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o senhor,
teu Deus Ex. 20,12) logo, conclui-se que será um bom marido ( Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à mulher; e os dois formarão uma só carne, Gen, 2,24). Se é amigo é capaz de atos generosos em favor do próximo; se ganha o pão com o próprio suor (comerás o teu pão com o suor do teu rosto Gen 3,19), é uma pessoa digna e merece todo o respeito.
Chiara Lubich, escritora italiana, diz que é "grande a nossa responsabilidade, pois devemos ser testemunhas de Cristo e, do modo como muitas vezes nos comportamos, os outros podem intuir qual a mensagem trazida por Jesus à terra". Diz ela ainda que "temperamentos diversos e mentes indóceis à ação da graça dão de Jesus um idéia segundo a própria imagem e semelhança, e o mundo que vê e observa, deduz pelos dados que possui, que a religião, por exemplo, entorta o pescoço das pessoas mas não a vontade em suas raízes mais profundas, porque aquele cristão, que se diz discípulo de Cristo, sendo ainda ele que vive em si mesmo e não Cristo, lança uma sombra que obscurece, em sua pessoa, a religião por ele professada".
Por tudo isso, o cristianismo ou é genuíno e totalitário, ou deixa muito a desejar.
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21:15.