"Nestes dias da Oitava da Páscoa é grande a alegria da Igreja pela ressurreição de Cristo. Depois de ter sofrido a paixão e a morte na cruz, Ele está agora vivo para sempre e a morte já não tem poder algum sobre Ele".
Depois da ressurreição, o Senhor aparece várias vezes aos discípulos e encontra-se com eles em momentos diferentes. Os Evangelistas narram vários episódios dos quais transparece a admiração e a alegria das testemunhas de acontecimentos tão prodigiosos. Em particular, João realça as primeiras palavras dirigidas pelo Mestre ressuscitado aos discípulos.
«A paz esteja convosco», diz Ele entrando no Cenáculo, e repete esta saudação três vezes ( Jo 20, 19.21.26). Podemos dizer que esta expressão «a paz esteja convosco», em hebraico «shalom», contém e sintetiza, de certa forma, toda a mensagem pascal. A paz é o dom oferecido aos homens pelo Senhor ressuscitado e é o fruto da vida nova inaugurada pela sua ressurreição.
Por conseguinte, a paz identifica-se como «novidade» imersa na história da Páscoa de Cristo. Ela nasce de uma profunda renovação do coração do homem. Por conseguinte, ela não é o resultado de esforços humanos nem pode ser obtida apenas graças a acordos entre pessoas e instituições. É, ao contrário, um dom que se deve aceitar com generosidade, guardar com cuidado, e fazer frutificar com maturidade e com responsabilidade. Por mais atormentadas que sejam as situações e grandes as tensões e os conflitos, nada pode resistir à renovação eficaz que Cristo Ressuscitado nos trouxe. Ele é a nossa paz. Como lemos na Carta de São Paulo aos Efésios, Ele com a sua Cruz derrotou a inimizade "para criar em si mesmo, com os dois, um único homem novo, fazendo a paz" (2, 15).
A Oitava da Páscoa, repleta de luz e de alegria, concluir-se-á amanhã, com o domingo in Albis, chamado também domingo da "Misericórdia Divina". A Páscoa é manifestação perfeita desta misericórdia de Deus, "que tem piedade dos Seus servos" (Sl 135, 14).
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)