Como é que sabemos que o Natal está pra chegar? Porque ao nosso lado já se começa a sentir a agitação típica deste tempo: as ruas enchem-se de luzes, as vitrines começam a ficar enfeitadas com motivos natalinos, há cada vez mais publicidade, brinquedos, presentes e outras coisas para se gastar neste natal.
O Advento une a expectativa de Deus e do homem. Deus oferece a esperança e os filhos se abrem ao mundo novo. Há um desencanto na sociedade que o profeta isaías conta. Tem-se a impressão que Deus permite a desgraça e por outro lado sentimos o silêncio de Deus. Deus nos dá tempo para assumir nosso papel ou quer que nos esvaziemos? Há um clamor para que Deus venha trazer a salvação. Deus não nos trata como marionetes. Ele dá os dons para que produzamos os frutos. Deus vem. Jesus é sua presença em um berço de palha.
Falar de vigilância e expectativa é anunciar as maravilhas que Deus fez por nós. Ele confia em nós e nos dá a administração de sua casa. É o poder de realizar as obras. O mandamento de vigiar é para todos. Vigiar é estar presente no tempo de Deus.
O povo de Deus perde as forças. S.Paulo, contudo afirma que temos toda a riqueza necessária. Ao que crê, nada falta na expectativa do dia do Senhor. Ele dará a perseverança. Vigiar é usar os dons que Deus nos deu. O vazio do mundo se preenche pelo dom de Cristo no Natal. A Eucaristia sempre clama: “Vinde, Senhor Jesus!”
Deus é o “oleiro” e o seu Povo é o barro que o artista modela com amor e cuidado. A imagem serve, certamente, para definir o poder e o senhorio de Deus que pode modelar o seu Povo como bem lhe aprouver; mas, provavelmente, faz também alusão àquilo que o profeta espera de Deus: uma nova criação.
Só Deus é fonte de salvação e de redenção. Nós, por nós próprios, somos incapazes de superar essa rotina de indiferença, de egoísmo, de violência, de mentira, de injustiça que tantas vezes caracteriza a nossa caminhada pela vida. Deus, o nosso “Pai” e o nosso “redentor”, é sempre fiel às suas “obrigações” de amor e de justiça e está sempre disposto a oferecer-nos, gratuita e incondicionalmente, a salvação. A nós, resta-nos acolher o dom de Deus com humildade e com um coração agradecido.
A segunda leitura é o início da carta de São Paulo ao Coríntios, que nos apresenta uma “ação de graças”, em clima de oração e de louvor, em que ele agradece a Deus pelos dons concedidos à comunidade cristã de Corinto, ao mesmo tempo que antecipa temas que vai depois desenvolver na carta.
Cada comunidade cristã é uma realidade continuamente enriquecida pela vida de Deus. Através dos seus dons, Deus vem continuamente ao encontro dos homens e manifesta-lhes o seu amor. É por isso que cada um de nós deve viver numa permanente atitude de escuta e de acolhimento desses dons para que sejamos cada vez mais fiéis ao Evangelho e ao projeto de Deus para nós.
Preparar o coração para o encontro
Estar “vigilante” significa assim cumprir, com coerência e sem meias palavras, os compromissos assumidos no dia do batismo e ser um sinal vivo do amor e da bondade de Deus no mundo.