segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Famílias Novas
Os membros de
Famílias Novas encarnam na vida de família com o maior radicalismo possível a
espiritualidade dos
Focolares - a espiritualidade da unidade - que revitaliza o amor, implícito em cada família, renovando os relacionamentos à luz dos valores mais profundos. A unidade que os dois cônjuges constroem dia após dia é uma forte referência educativa para os filhos. Até mesmo a diferença entre gerações se transforma em num positivo intercâmbio de dons.
A plenitude de vida que caracteriza estas famílias atrai. Casais que estavam se encaminhando para a separação ou para o divórcio, reencontram a força para um novo diálogo, para começar a reconstruir a sua união.
Numa sociedade que parece estar cada vez mais perdendo os valores, principalmente no campo da família, da sexualidade, da vida, o testemunho de famílias enraizadas no transcendental, unidas, solidárias, abertas à perspectiva de uma fraternidade universal, torna-se fermento de empenho na dimensão social, tanto religiosa quanto civil.
Na semana passada convivi com uma dessas típicas famílias novas, num dos momentos mais difíceis pelo qual uma família possa passar: a doença e a morte de um ente querido.
Maria José, a zezé, é membro do Movimento dos Focolares, e eu a conheço a menos de um ano, quando de sua passagem pelo Recife, pois mora em Terezina há mais de 20 anos, desde que seu esposo Carlos resolveu mudar-se para lá com toda a família a fim de dar uma vida mais digna aos seus oito filhos. Eles sempre vêm a Recife quando se trata da questão de saúde. Por último Carlos estava atravessando um momento muito difícil com idas e vindas ao médico, tanto aqui quanto lá. Devido a uma queda teve que se submeter a uma cirurgia na cabeça, e em conseqüências das medicações, adquiriu uma hepatite medicamentosa, que em pouco tempo foi se agravando, levando-o ao óbito.
A dedicação de Zezé foi total, há muito que vinha lutando, insistindo com ele para vir mais cedo se tratar, logo no início do problema. Chegou aqui com um casal de filhos para ajudá-la. A medida que os dias iam se passando o quadro se agravava ainda mais. Sofria por vê-lo sofrer. Esteve com ele o tempo todo, esquecendo-se até dela mesma. Sabendo que seu estado era delicado os filhos resolveram vir todos a Recife para ficar junto ao pai, não só os que estavam em Terezina, mas também de São Paulo e Curitiba. Mas, infelizmente, só um que ficou aqui com a mãe pode ficar perto dele nas últimas horas, os outros não tiveram tempo, pois quando aqui chegaram o pai já havia partido para a casa do Pai.
O exemplo que Zezé e Carlos deixaram como família foi o mesmo de uma família nova, uma família que vive e encarna o evangelho no seu dia-a-dia. Os valores morais e cristãos que eles passaram para os filhos foi o maior legado que puderam deixar. Carlos, sem sombra de dúvida, levou em seus braços, a parte do mundo que lhe foi confiada e entregou ao Eterno Pai. Ele, em todo o seu sofrimento, completou em sua carne o que faltou nas tribulações de Cristo.
A ação típica de uma família nova, "é manter acesa esta chama em casa e transmitir o seu calor nos diversos ambientes, na sociedade, a fim de que se torne família".
Foi isso que essa família fez: manteve acesa a chama. Em momento algum ela se apagou, pelo contrário, o seu calor foi transmitido por onde passou, deixando um belo exemplo de Evangelho vivo e encarnado.
Parabéns Zezé e Carlos, pela bela família cristã constituída.
Marcadores: Família
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22:37.