Em sua intervenção, explicou que existe uma distinção entre uma pobreza evangélica e uma pobreza que Deus não deseja, e convidou a todos a combater a segunda através da primeira.
Em relação à primeira forma de pobreza, o Papa explicou que Jesus, ao fazer-se homem quis ser também pobre. «Eis a resposta: o amor por nós levou Jesus não somente a fazer-se homem, mas a fazer-se pobre» – acrescentou.
Contudo, existe «há uma pobreza, uma indigência, que Deus não quer e que é ‘combatida’», afirmou; «uma pobreza que impede às pessoas e às famílias de viverem segundo sua dignidade; uma pobreza que ofende a justiça e a igualdade e que, como tal, ameaça a convivência pacífica».
Esta pobreza, centro da mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, não só é material, revelou, mas «cabem também as formas de pobreza não material que se reencontram justamente nas sociedades ricas e progredidas: marginalização, miséria relacional, moral e espiritual».
«Não se pode combater eficazmente a miséria, se não se faz aquilo que escreve São Paulo aos Coríntios, isto é, se não se busca fazer ‘igualdade’, reduzindo o desnível entre quem gasta o supérfluo e quem passa falta do necessário», afirmou.
«A pobreza do nascimento de Cristo em Belém, além de objeto de adoração para os cristãos, é também escola de vida para cada homem. Essa nos ensina que para combater a miséria, tanto material quanto espiritual, o caminho a percorrer é o da solidariedade, que levou Jesus a partilhar nossa condição humana», concluiu.
Por fim, o Papa explicou que o mundo novo trazido por Cristo consiste em uma revolução pacífica, não ideológica, mas espiritual, não utópica, mas real, e por isso «necessita de infinita paciência, de tempos, muitas vezes, muito longos, evitando qualquer atalho e percorrendo a via mais difícil: a via do amadurecimento das responsabilidades nas consciências».
«Esta é a via evangélica para a paz, a via que também o Bispo de Roma é chamado a reforçar com constância cada vez que põe as mãos na anual Mensagem para o Dia Mundial da Paz», acrescentou.
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"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)