sábado, 11 de julho de 2009
Recomeço
Hoje foi um dia muito especial. Até o final da manhã não sabia que terminaria o dia tão bem. Tínhamos um encontro hoje à tarde, que me foi comunicado já na terça-feira, só que o local ainda não havia sido definido. Os dias foram passando e eu me esqueci por completo.
Quando liguei para uma amiga para passar-lhe um relatório ela perguntava-me se eu não iria ao encontro no Círculo Católico, pois poderia entregar-lhe pessoalmente. Nossa! Claro que irei sim, disse prontamente. Logo em seguida recebia uma ligação de outra amiga lembrando-me do encontro. Não poderia perder de jeito nenhum.
Na nossa Festa dos 50 anos tivemos a presença de dois italianos. Um deles, o Marco, foi o primeiro jovem, a aderir o ideal de Chiara e suas companheiras. Nesta tarde ele iria se encontrar com a comunidade de Recife, onde tudo começou. Foi ele com mais um jovem e duas jovens, que deram início ao Movimento aqui no Brasil. Recife foi o primeiro local fora da europa que teve a graça de receber o Movimento dos Focolares.
Pois bem, tive que correr bastante para chegar a tempo. Quando Marco chegou, a sala já estava lotada e deu-se início ao encontro, com ele contando as suas experiências.
Ele contava todas as dificuldades que teve que enfrentar e os problemas que teve que superar. O modo de viver o cristianismo com radicalidade, naquele tempo pós-guerra, não foi nada fácil. Mas foi graças a esse modo de vida evangélica que fascina e arrasta é que pudemos comemorar 50 anos com uma grande festa.
Numa de suas experiências ele citou uma passagem do Evangelho que me fez refletir bastante sobre uma situação que estava vivenciando. Tratava-se de uma das passagens do Sermão da Montanha, em que Jesus diz o seguinte:
"Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta". (Mt 5,23s)
Então pensei: como posso chegar diante do altar para fazer a minha oferta; e como poderei receber a Eucaristia sabendo que meu irmão tem algo contra mim?
Foi então que resolvi procurar uma pessoa. Resolvi enviar-lhe uma mensagem por e-mail. Na mensagem pedia-lhe que me perdoasse por tê-la ofendido. Dizia-lhe também que não deveria ter feito o que fiz, não daquela maneira ostensiva; que ela tinha razão em não permitir que eu me intrometesse em sua vida, mas que não me quisesse mal por isso. Dizia-lhe que de modo algum a queria mal; que o carinho que sentia por ela em nada mudaria; que continuaria a amá-la, apesar de tudo. E, por fim, a partir daquele dia a única coisa que iria continuar fazendo, em relação à sua vida, era rezar para que Deus lhe concedesse saúde e paz.
Valeu a pena ter ido a esse encontro que me fez um bem muito grande. É sempre uma festa quando nos encontramos, porque é uma oportunidade de nos revermos, sabermos como vai cada um, porque nem sempre temos oportunidades de nos vermos com frequência. E é por isto mesmo que realizamos estes encontros tão salutares para nossas vidas.
Não tivesse ido a esse encontro, não teria a oportunidade de reconciliar-me com meu irmão. magoada e ferida, que estava. Ficaria remoendo, como fiquei a semana toda.
Mas qual a lição que tirei dessa experiência? Foi que, não importa que caiamos, afinal somos passíveis de erros. O que importa é recomeçarmos sempre. Não olhar para trás, o que passou passou, está na misericórdia de Deus. Viver o momento presente que é onde temos a graça.
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22:41.