sábado, 26 de dezembro de 2009
Fechados no Natal
"Quando deixamos de comemorar o nascimento daquele que proclamamos ser o nosso Senhor e Salvador, contribuímos para que os principais símbolos sagrados de nossa sociedade sejam esquecidos."
1. Muitas igrejas evangélicas, bastante respeitáveis até, não têm realizado nenhuma celebração especial no dia de Natal. Os motivos podem ser dos mais diversos; motivos até mesmo plausíveis.
Um pastor, muito amigo meu, de uma igreja histórica, entendeu, junto com sua comunidade, que neste momento, cada um deve ficar com sua própria família, correr atrás dos preparativos, entre outras coisas, e a igreja não deveria ser um outro compromisso em uma agenda já super lotada.
Em que pese as interessantes argumentações e os plausíveis motivos, sinceramente não acho esta uma boa estratégia.
O protestantismo, há muito tempo, tem sido acusado de promover talvez um dos mais radicais movimentos secularizantes que a história do ocidente já presenciou. Quando deixamos de comemorar o nascimento daquele que proclamamos ser o nosso Senhor e Salvador (ainda que em uma data simbólica), ou seja, o aniversário do nosso Mestre, contribuímos para que os principais símbolos sagrados de nossa sociedade sejam esquecidos.
Depois, não poderemos reclamar quando o Estado, por pressão de alguns, suprimir feriados como o da Páscoa, do Natal, entre outros.
Por isso, dou graças a Deus pela Igreja Católica que, mesmo em datas como as de hoje, abrem seus templos, realizam uma belíssima liturgia, e convida todos os seus fiéis a celebrarem o nascimento do Deus menino que habitou entre nós.
2. A Igreja Católica tem sido a maior responsável pela manutenção da consciência e da memória religiosa do Natal em grande parte da sociedade, e merece ser aplaudida por isso. Por mais difícil que seja, a Igreja de Roma tem persistido em não se deixar sucumbir pelo intenso processo de secularização pela qual passa a nossa sociedade. É por causa da Igreja Católica que os evangélicos - mesmo quando em sua missão catequizadora - não precisam se demorar em explicar termos como o "Filho de Deus", "Santíssima Trindade", "Ressurreição", "Natal", entre outros, visto que o brasileiro médio, de modo geral, já tem estes conceitos em si. Isso sem falar na própria missa que é realizada no Vaticano, uma belíssima cerimônia, que todo evangélico destituído de preconceito, poderia vir a admirar.
Entretanto, sei que nem tudo está perdido. Conheço pessoalmente muitos grupos evangélicos que durante esta semana, de um modo ou de outro, comemoraram o nascimento do Menino Jesus. Com cantatas, comemorações, doação de presentes, etc. Também sei que alguns programas televisivos evangélicos, de menor porte daquelas grandes igrejas, também fizeram honrosas menções ao Natal. Devemos ser gratos do fundo de nosso coração por estes grupos que se permitem comemorar o nascimento de Jesus, e que não permitem que este espirito de secularização domine nossas vidas.
Textos extraídos do blog do Carlos Seino, que podem ser encontradas
aqui e
aqui.
Marcadores: Igreja Católica, Natal, Protestantismo
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00:40.
