Não vemos ninguém tentando dizer que umbandistas não devam acreditar nos seus rituais. Tampouco vemos os espíritas sendo perseguidos para provar que exista reencarnação – ao contrário, em muitos filmes e novelas, o fenômeno é posto acima de qualquer suspeita, mesmo que não haja nenhuma prova contundente de sua existência. Budistas também não são forçados a dar maiores explicações sobre a fé que possuem nas sucessivas reencarnações de Buda. Assim funciona em relação a todas as crenças religiosas ou ritualistas do planeta. Entretanto, para com os Católicos, o tratamento dispensado pelas diferentes culturas e pela mídia é bem diferente: eles são permanentemente chamados a ter que provar como lógico e verdadeiro tudo aquilo em que dizem crer.
A Igreja Católica, igualmente, vive sob intensa pressão para mudar de opinião em relação a questões de comportamento e em relação às regras que impõe para admitir fiéis, padres e freiras. Há muitos anos, Lutero, insatisfeito com a Igreja, fundou o Protestantismo. Muitos judeus não se converteram ao Cristianismo por não acreditarem que Jesus seja o Messias que está nas profecias bíblicas. A questão é simples: ninguém obriga ninguém a ser católico, de maneira que quem decidir sê-lo não tem que ficar dando satisfações sobre sua escolha e muito menos tendo que provar que suas crenças sejam verdadeiras.
É bem verdade que o grande número de cristãos católicos que existem no mundo, seja entre outras coisas, uma pedra no sapato de protestantes e daqueles que sonham em ver a humanidade sob uma espécie de seita universal – que faça da "religião" um instrumento de adaptação de Deus aos desejos e necessidades dos homens e não o contrário: “Em vez de ter de me adaptar a uma religião, encontrei uma religião que se adaptou a mim”. Aqui, nada de conversão pessoal; a fé é um novo artigo de consumo e o conjunto de seitas um verdadeiro supermercado religioso: cada um escolhe o que mais lhe agrada! Quer dizer: não se convertem, optam. Aderem à fé para se realizarem.
Talvez por isso exista esta insistência em questionar sobre aquilo em que crêem os cristãos católicos.
Não é à toa a preocupação da Igreja em relação à proliferação das seitas. Bento XVI, em sua recente visita ao Brasil, confirmou essa preocupação dizendo que "os batizados, não suficientemente evangelizados, são as pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas".
Nós católicos, primamos pela ortodoxia à doutrina da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, Independente de nossas opiniões pessoais, mesmo que determinado ensinamento represente uma cruz para cada um de nós. Aliás, todo Católico que se julga digno de ostentar o honroso “Título” de Católico Apostólico Romano, única fundada por Jesus Cristo, Nosso Senhor.(peço sempre a Deus que me dê dignidade para poder me chamar assim), deve baixar a cabeça diante da doutrina da Santa Igreja, mesmo Sua Santidade, o Santo Padre Bento XVI, deve curvar-se ao ensinamento tradicional da Igreja.
Quando Nosso Senhor revelou aos Apóstolos e discípulos o Mistério da Sagrada Eucaristia, muitos se afastaram do Mestre, por que ficaram escandalizados diante da condição de salvação de ter de “comer a carne, e beber o sangue de Cristo” (Jo 6,54-56). “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” (Jo 6,60) diziam alguns discípulos, mas se tivessem confiado (tomando a cruz da dureza que admitiram, de fato, ser duro) veriam a que carne e a que sangue Nosso Mestre se referia, durante a última “ceia”: “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”. (Jo 6,68)
Assim devemos ser: aceitar a dureza da Cruz, por que nenhum ensinamento da Santa Igreja é absurdo, afinal, o sucessor de Pedro, e somente ele com seus Apóstolos (hoje, os Cardeais), é auxiliado pelo Paráclito (Jo 14,17). Estaria o Espírito da Verdade inspirando absurdos?!?!? Nesse caso, não seria o Espírito da Verdade, e sim aquele espírito que inspira as seitas protestantes em suas milhares de doutrinas.
(Texto compilado)
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)