"Acreditar no amor de Deus significa acreditar que Deus é Amor mesmo na escura experiência da dor".
Dores não conhecem o tempo. Chegam quando querem. Elas se acomodam nos cantos da alma, nos centros das carnes e ficam. Os que já sofreram muitas dores aprenderam a lidar com elas... Elas amadurecem.
São muitas as faces da dor. Há dor moral, dor de existir, de amar, de lutar, de ser injustiçado, dor de perder. Até a memória da dor é, de novo, dor.
Há dor partilhada na noite escura, na esperança de um renascer de um sol radiante, com novas perspectivas de luz; luz que dissipa as trevas.
Quando passamos por uma experiência de dor e de perda, percebemos que a vida é muito preciosa e por isso não vale a pena nos desgastarmos com coisas tão pequenas.
Hoje passei por vários estágios de dor e comprovei, por experiência própria, que da vida não levamos nada além daquilo que construímos aqui.
Hoje pela manhã recebemos a notícia de que um sobrinho de um cunhado foi vítima de morte violenta. Um jovem de 26 anos que teve sua vida ceifada tão cedo. A notícia mexeu muito com todos nós, porque embora não queiramos, revivemos aquela dor que passamos e que agora outros estão passando por ela. Sim mexeu, revirou literalmente o que antes estava aparentemente quieto. Sim quieto, quietos são os restos mortais - que de nada valem para quem crê na ressurreição da carne - mas que mesmo assim, mexe por dentro. Hoje eu vi a que somos reduzidos.
Antes do sepultamento, o diácono que fez as exéquias, contava diversas parábolas para ilustrar aquele momento que todos ali estavam vivenciando. Diante daquele quadro, a medida que o Diácono ia falando, pude perceber que, não só eu, mas todos que estava presentes, de uma maneira ou de outra, foram tocados por suas palavras. Ele falava do relacionamento entre pais e filhos, pais e mães, marido e mulher, de traição, perdão e reconciliação; de como tratamos do nosso corpo, da nossa vida, da nossa espiritualidade...
Mas a vida não é só dor, é também alegria. Hoje passei por esses dois momentos: dor e alegria. Chorar com quem chora, se alegrar com quem se alegra. Depois da notícia de que meus sobrinhos: Dudu, que mora em Fortaleza (Economia UFCE) e Larissa (UPE, UFPE, Ed. Física e Jornalismo, respectivamente) em janeiro próximo passado, passaram no vestibular; recebemos hoje, a notícia de que Wagner (1º lugar em Engenharia Química) e Ludmila (Letras) que moram em Aracaju, também passaram no vestibular.
A vida, só é Vida, se vivida em toda a sua plenitude. Devemos ser como aquela "criança" evangélica, que sabe ser filha de um Pai que está nos céus, ela reconhece-o e o ama, da mesma forma que está consciente de ser conhecida e amada por Ele. Ela confia plenamente n'Ele, abandona-se totalmente n'Ele, na certeza de que tudo quanto lhe acontece é desejado ou permitido para o seu bem.
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)