Existe muita injustiça na Terra. Injustiça que cometemos e injustiça que sofremos. Injustiça como punição pela própria incompetência e injustiça cometida sem motivo. Injustiça desencadeadora pelos pecados dos nossos pais e injustiça causada pelo ódio à Igreja perseguida. Toda esta injustiça será varrida do mundo por Cristo.
Isto não significa que nós possamos esperar – como os judeus – um Messias político, ou ainda que devamos imaginar a salvação como uma campanha de punição contra exploradores e ditadores. Tampouco devemos esperar do Senhor alguma reforma social que transforme a Terra em Paraíso, pois Cristo não é nenhum político, nenhum general e nenhum líder sindical. Ele é o filho de Deus, que se fez homem para trazer às pessoas a vida divina e que, conseqüentemente, nos chama a sermos perfeitos como perfeito é o Pai celeste. Somente à medida que correspondermos a esta vocação, a injustiça desaparecerá da Terra.
Somos pessoalmente responsáveis pela porção do Reino de Deus que nós mesmos representamos. Somente quando Cristo for o único fio condutor do nosso agir, quando fizermos o que ele fez e recusarmos o que ele rejeitou, quando o seu amor por Deus e pelas pessoas irromper irresistivelmente para fora através de nós, quando o Pai reconhecer em nós seu Filho, quando pastores e reis, poderosos e oprimidos se ajoelharem atônitos de alegria por descobrirem em nós o Redentor, só então Cristo nascerá nos dias de hoje e em nós, e poderá haver paz na Terra.
Mas se não houver lugar para Cristo no albergue do nosso coração, a injustiça após o Natal continuará tão grande como antes.
Meditação extraída do livro "Um Mendigo de Deus"
Padre Werenfried van Straaten
Marcadores: Natal
"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o
outro me especifica.Um me distingue, o outro me designa. É por este sobrenome
que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos."
(São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, 375 D.C.)