domingo, 26 de julho de 2009
O perigo do Livre exame
O livre exame faz das Sagradas Escrituras um "livro chicletes", onde cada um mastiga, puxa e estica para onde quer, faz até bola de vento com ela e depois explode na cara dos outros, julgando que é o Espírito Santo quem o faz achar tal e tal coisa.
É por tudo isso que muitos dos
"seguidores" de Jesus, não conseguem entender o que Ele ensinou.
Honrar Pai e Mãe
Ao dizer
"todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". Jesus reafirma a dobrada maternidade de Nossa Senhora, pois para que Maria recebesse o Verbo encarnado em seu seio, teve primeiro que fazer a vontade do Pai que está nos céus dizendo o seu fiat, o seu "
faça-se", em conformidade com os planos do Senhor
(Lc. 1, 38). Portanto, antes de Maria ser mãe biológica de Jesus Cristo, foi mãe primeiro por acolher e cumprir a vontade do Pai que está nos céus
Maria foi primeiramente aquela que ouviu e observou a palavra de Deus. Acaso alguém que não ouvisse e não observasse a palavra de Deus ouviria do Arcanjo Gabriel
"encontrastes graça diante de Deus" (Lc. 1, 30)? Maria é duplamente bem-aventurada portanto, primeiro porque ouviu e prontamente observou a palavra de Deus, e depois porque acolheu em seu ventre o Verbo encarnado.
Ora, se Jesus Cristo era homem perfeito, é de se concluir que Ele observou perfeitamente os preceitos bíblicos que obrigam os filhos a honrarem devidamente seus pais, a ponto de lembrar ao jovem rico sobre este mandamento:
"Conheces os mandamentos: não cometerás adultério; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honrarás pai e mãe". (Lc. 18, 20).Ainda mais, se Jesus Cristo era verdadeiro Deus, amou sua mãe com um amor infinito, amor que é dócil e que é afetuoso, obviamente incompatível com atitudes de grosseria e desdém. Se nós que somos pecadores buscamos não destratar nossas mães, (pelo menos é isso que se espera dos filhos) imagine Jesus!
Na plenitude dos tempos, quando Deus enviou seu Filho, quis Ele fosse introduzido no seio de uma família. Para isso enviou um anjo como mensageiro, para anunciar a Maria que ela seria a mãe do Messias. Jesus poderia simplesmente ter vindo já na fase adulta, no início do seu ministério. Mas não foi assim que aconteceu. Toda a Vida dele, a partir da concepção até o último suspiro na cruz, teve como pano de fundo, a família.
Não devemos esquecer também quão bem o Senhor conhecia e vivia a passagem que demonstra "como é amaldiçoado por Deus aquele que irrita sua mãe!". (Eclesiástico 3,18b). Ora, se irritar a mãe já é uma atitude reprovável, quanto mais desprezar e ignorar!
O pecado contra O Espírito Santo Uma curiosa passagem do Evangelho chama a atenção de quem conhece o Deus que é Amor Incondicional. Trata-se da fortíssima palavra de Jesus que é documentada por Mateus 12,31s.; Marcos 3,28-s. e Lucas Lc 12,10.:
“Aos filhos dos homens serão perdoados todos os pecados e todas as blasfêmias que proferirem; todavia, quem blasfemar contra o Espírito Santo, jamais terá perdão, mas será réu de pecado eterno”."Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção.
Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado?E, para que o nosso entendimento ficasse mais claro acerca deste terrível pecado, o
Papa São Pio X, que governou a Igreja de 1903 a 1914, no seu Catechismo Maggiore, ensinou que seis são os pecados contra o Espírito Santo:
1º - Desesperação da salvação, ou seja, quando a pessoa perde as esperanças na salvação de Deus, achando que sua vida já está perdida. Julga, assim, que a misericórdia de Deus é mesquinha e por isso não se preocupa em orientar sua vida para o bem. Perdeu as esperanças em Deus.
2º - Presunção de salvação sem merecimento, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma vaidade egoísta, achando-se já salva, quando na verdade nada fez para que merecesse a salvação. Isso cria uma fácil acomodação a ponto da pessoa não se mover em nenhum aspecto para que melhore. Se já está salva para que melhorar? – pode perguntar-se. Assim, a pessoa torna-se seu próprio juiz, abandonando o Juízo Absoluto que pertence somente a Deus.
3º - Negar a verdade conhecida como tal, ou seja, quando a pessoa percebe que está errada, mas por uma questão meramente orgulhosa, não aceita: prefere persistir no erro do que reconhecer-se errada. Nega-se assim a Verdade que é o próprio Deus.
4º - Inveja da graça que Deus dá a outrem, ou seja, a inveja é um sentimento que consiste primeiramente em entristecer-se porque o outro conseguiu algo de bom, independentemente se eu já possua aquilo ou não. É o não querer que a pessoa fique bem. Ora, se eu me invejo da graça que Deus dá alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o regulador do mundo, inclusive de Deus, determinando a quem deve ser dada tal ou tal coisa.
5º - Obstinação no pecado, ou seja, é a teimosia, a firmeza, a relutância de permanecer no erro por qualquer motivo. Como o Papa João Paulo II disse, é quando o homem “reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção”.
6º - Impenitência final, ou seja, é o resultado de toda uma vida que rejeita a ação de Deus: persiste no erro até o final e recusa arrepender-se e penitenciar-se.
Diante disso, nos ensina o Santo Padre João Paulo II que
“a blasfêmia (contra o Espírito Santo) não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da cruz".Portanto, "pecado sem perdão" estão cometendo os que - como ensina o Catecismo -
"preferem persistir no erro do que reconhecer-se errados; cultivam em suas almas uma vaidade egoísta, achando-se já salvos; persistem no erro até o final e recusam arrepender-se e penitenciar-se"; e não os que denegam a santidade de "um suposto espírito".Pasmem! É isto mesmo. Prerrogativas do Espírito Santo estão sendo descaradamente atribuídas a um
suposto espírito feminino criado por uma mente pra lá de fértil. Estão querendo usurpar o lugar do Espírito Santo, pode? Por aí dá para se deduzir o tamanho do desvario que só uma mente insana é capaz de produzir.
O que diz Jesus sobre: "formar uma só carne, falsos profetas e soberbos"...
E os dois (homem e mulher) formarão uma só carne.
Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne (Mateus 19, 4b-6a).Jesus não prevê outra coisa a não ser a união entre homem e mulher, capaz de gerar filhos e constituir família. Como se pode ter tanta certeza de que o
“casamento” homossexual não vai mexer com as antigas estruturas ou destruí-las? Um casal de homossexuais não é capaz de gerar filhos, e é a procriação a garantia de continuidade da estabilidade de uma população. Ora, se a base da sociedade é a família tradicional, a alteração do conceito de família vai mexer com a estrutura da sociedade, sim.
Pela moral cristã, está claro: o casamento entre homossexuais é impossível, pois duas pessoas do mesmo sexo não formam “uma só carne”.Como distinguir os falsos profetas dos verdadeiros? Pelos frutos. As coisas de Deus têm um sabor especial, feito de retidão natural e de inspiração divina: O que verdadeiramente fala das coisas de Deus semeia fé, esperança, caridade, paz, compreensão; pelo contrário, o falso profeta é o que com a sua pregação e o seu comportamento ou atuação, semeia divisão, ódio, ressentimento, orgulho, sensualidade ( Gl 5, 16-25). Mas o fruto mais característico do falso profeta é afastar o povo de Deus. O fim destes enganadores está também assinalado pelo Senhor: a perdição eterna.
Falso profeta, é o que covardemente critica a porta estreita e direciona os fiéis para o caminho largo que conduz ao inferno: “Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram” (Mt 7, 13-14)
O Fariseu e o publicano “Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros”... (Lc 18, 9-14)
A oração do fariseu não é agradável a Deus devido ao seu orgulho, que o leva a fixar-se em si mesmo e a desprezar os outros.
Deus conhece o interior de cada um, e está sempre pronto para perdoar um coração contrito e humilhado, a exemplo do publicano.
“Jesus não quer dizer que Deus prefere o libertino ou o embusteiro ao homem honesto, observante da lei; e, sim, que prefere a humildade do pecador arrependido à soberba de quem se presume justo. ‘Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado’. Na realidade, teria tido o fariseu, não menos que o publicano, sobejos motivos de se humilhar, visto seu orgulho e falta de amor!”
Os soberbos julgam-se outros sóis em torno do qual todas as estrelas e planetas se reúnem e giram. Por isto, se alguma coisa não se curva diante deles, eles a desprezam: desprezo que, de vez em quando, se converte em juízos, em inveja e ódio.
O nosso Deus resiste aos soberbos; se o soberbo se enfuna apropriando-se dos seus dons, logo Ele os retoma, e o infeliz gabola fica disforme e despojado entre os risos malignos dos demônios.
Excertos de: Filhos da Paixão, Jornada Cristã, Universo Católico
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